Comissão conseguiu descobrir que o estudante Fernando Santa Cruz foi sequestrado por agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa) / Foto: reprodução No primeiro ano de trabalho, Comissão da Memória e Verdade pernambucana, que leva o nome de Dom Hélder Câmara, investigou 51 casos de mortes e desaparecimentos durante o regime militar.
O balanço do período foi feito nesta segunda-feira (15), em cerimônia no Centro de Convenções, em Olinda, sede provisória do Governo do Estado.
No evento, foi mostrado que o grupo realizou 26 audiências e colheu 43 depoimentos.
Um dos casos mais emblemáticos da ditadura foi o desaparecimento dos estudantes pernambucanos e militantes políticos Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier, no Rio de Janeiro.
Sobre ele, a Comissão conseguiu documentos até então secretos obtidos no Serviço Nacional de Informações (SNI), hoje extinto.
O material foi entregue às famílias das vítimas.
A Comissão também conseguiu a informação de que os estudantes foram sequestrados por agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa).
Uma versão não oficial divulgada até então dava conta de que os universitários haviam sido presos por agentes da Inteligência do Exército (DOI-Codi) do Rio.
A Comissão Estadual terá mais um ano de trabalho, no qual pretende dar continuidade ao trabalho.
Para isso, foi lançada também nesta segunda (15) uma campanha para que a população contribua com informações sobre as vítimas.
SEMINÁRIO - Pernambuco sediará em novembro um seminário internacional para tratar das recomendações acerca do trabalho das Comissões da Verdade, instaladas para investigar os crimes cometidos durante o regime militar.
O evento ocorrerá nos dias 27 e 29, em local ainda a definir.