Advogado Davi Lima Santiago Filho morreu após receber uma descarga elétrica de um fio de alta tensão solto em Boa Viagem (Foto: Clemílson Campos/JC Imagem) A Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, presidida pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), convocou diretores da Celpe (Celpe) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para audiência pública nesta terça-feira (16), às 15h, que irá tratar sobre as 33 mortes provocadas por descargas elétricas na rede pública em Pernambuco.

Segundo dados da agência de regulação no Estado (Arpe), as mortes aconteceram entre os anos de 2012 e 2013. “Além do péssimo serviço, a Celpe, agora, contribui de forma irresponsável e criminosa para a morte dessas pessoas no Estado.

A companhia não cumpre com o que determina a lei nº 8.987/95, que obriga concessionárias a prestarem um serviço adequado com condições de regularidade, continuidade, eficiência e, sobretudo, segurança”, criticou o deputado.

Em junho, o progressista encaminhou representação pela apuração de responsabilidade civil e criminal da diretoria da Celpe ao procurador-geral da República Roberto Gurgel, além da cassação de licença da concessionária.

A má prestação de serviço da companhia, privatizada em 2000, voltou à tona após duas mortes recentes por choques elétricos causados por fios soltos de postes.

No dia 11, o advogado Davi Lima Santiago Filho, de 37 anos, morreu após receber uma descarga elétrica de um fio de alta tensão solto na Avenida Visconde de Jequitinhonha, em Boa Viagem, Zona Sul.

Dez dias depois, outro homem faleceu, após receber descarga elétrica.

Desta vez, na Avenida Abdias de Carvalho, no bairro dos Torrões, área central.

Neste último caso, a Celpe disse que o poste pertence à Prefeitura do Recife.

Semanas após a morte de Davi, a Companhia voltou a se eximir das responsabilidade, ao enviar uma carta ao pai da vítima afirmando que o fio solto não pertencia à Celpe.