Do Jornal do Commercio desta quarta-feira (10).

Em junho, os apartamentos prontos no Recife registraram o quinto metro quadrado (m²) mais caro entre as 16 localidades mapeadas pelo índice FipeZap.

O preço médio do m² na capital pernambucana é de R$ 5.429.

Apesar da quinta posição, o aumento percentual em relação ao mês de maio, que foi de 2,2%, é o maior entre os locais pesquisados pelo FipeZap. “Esse preço é mais uma demonstração de um mercado aquecido pelo aumento de renda, investimentos em Suape e pela falta de solo para construção na capital”, pontua o economista da consultoria Ceplan, Valdeci Monteiro.

O FipeZap versa apenas sobre o preço de apartamentos prontos, que são a minoria das aquisições no Recife. “Pesquisas apontam que cerca de 80% das compras de imóveis ficam entre lançamentos, plantas ou fundações”, ressalta o presidente da Ademi, Eduardo Moura. “Apesar desses fatores, ele ainda é um indicador de mercado”, pontua Valdeci Monteiro.

O economista afirma ser difícil explicar o aumento de 2,2% de um mês para o outro. “Pode ser um fator sazonal, mas não se pode ter 100% de certeza”, diz Valdeci.

Com base no resultado de Rio de Janeiro e Niterói, levanta-se a possibilidade de que os preços em cidades como Cabo, Ipojuca e outros municípios devem ter preço similar ao do Recife. “Veja que o Rio aparece em primeiro.

Niterói em quarto. É um reflexo dessa proximidade”, diz o economista da Ceplan.

Para Valdeci, pode haver no futuro uma desaceleração no crescimento do preço do metro quadrado. “Com essa conjuntura, talvez vivamos um momento de pico e o crescimento de preços desacelere”, pondera.

Eduardo Moura garante que, no Recife, todos os reajustes de preço do metro quadrado são feitos com base no Índice Nacional da Construção Civil(INCC), a inflação oficial do setor.

O INCC acumulado dos últimos 12 meses foi de 8%.

Segundo o FipeZap, o reajuste nos preços do m² foi de 10,2%. “Além da inflação, também pesaram custos com o aumento salarial da mão de obra, que é repassado para o consumidor.

Esse percentual é razoável”, diz Moura. “Vemos que os índices dos últimos 12 meses em outros Estados foram bem maiores que os daqui.

Pode-se dizer que a situação aqui ainda está melhor”, encerra Valdeci Monteiro.