Marcha dos Prefeitos “Eu espero que ela possa ir amanhã, como é natural, participar desse evento de prefeitos.

Porque tudo que o Brasil não precisa é de uma presidente sitiada, que não pode participar de eventos como esse.

A questão da Federação é central no Brasil que nós queremos construir.

Transferir recursos para os municípios e estados de forma corrente é essencial.

E existe uma agenda no Congresso Nacional que trata da Federação - ampliação dos recursos do fundo de participação, renegociação da dívida dos estados, fim da tributação do PASEP - que poderiam ser tomadas pela presidente da República bastando uma palavra à sua base.

Mas ela sempre adia esses problemas.

E prefere o marketing, prefere medidas absolutamente paliativas que não tratam das questões na profundidade que precisam ser tratadas, como a ques tão da saúde pública, que precisa de financiamento e de gestão.

E não de medidas absolutamente marginais ou setoriais como essas que nós estamos ouvindo hoje.

Sobre MP dos médicos Olha, ele tergiversa.

Mais uma vez, ele afasta a discussão do centro.

Nós temos uma proposta no Congresso Nacional que foi derrubada pela base de apoio da presidente da República seguindo uma orientação da presidente da República: que é 10% das receitas brutas do orçamento federal para a saúde pública.

Isso, casado com gestão, aí sim enfrenta-se com clareza o problema.

A questão dos médicos, além de ser uma incorreção, uma matéria dessa complexidade, chegar ao Congresso por medida provisória, sem que a classe médica seja ouvida, sem que o debate se aprofunde, além disso, achamos que é uma intromissão indevida, sobretudo no que diz respeito às universidades e faculdades privadas, essa obrigação que se cria.

O que precisa hoje se fazer para estimular o médico a ir para as pequenas comunidades, para as periferias dos grandes centros, e esperamos que isso ocorra, é planejamento, são investimentos nessas áreas. É o reajuste do SUS, é salvar as Santas Casas, é criar um ambiente favorável para que esses médicos possam fazer isso não por obrigação, mas por opção.

Mais uma vez, é o marketing que prevalece.

Uma medida desta profundidade ser tomada sem a anu&e circ;ncia de especialistas e sem ouvir a classe médica é, por si só, um equívoco.

A classe política, Congresso e governo estão fazendo o dever de casa?

Aquém do que poderíamos estar fazendo. É preciso que o Congresso avance.

Em algumas matérias avançou. É preciso que avance com responsabilidade, porque inúmeras dessas matérias têm efeitos lá adiante.

Mas eu acredito, sim, que o Congresso tem feito um esforço - mas, repito, aquém do necessário.

Quanto ao governo federal, mais uma vez fez aquilo que tem sido praxe - transferiu responsabilidades, terceirizou a sua responsabilidade.

Nós, do PSDB, continuaremos cobrando do governo federal a agenda que interessa ao Brasil.

Transparência, seriedade na gestão pública.

Defendemos que o governo federal corte pela metade o número de ministérios, corte pela metade os mais de 22 mil cargos comissionados.

No quesito transparência, mostre para o Brasil quais são os gastos da Presidência com cartões corporativos, mostre aos brasileiros os gastos, agora tratados como sigilosos, das viagens presidenciais - até do ponto de vista emblemático, simbólico, para mostrar que trata essa questão das manifestações com respeito.

E vamos continuar insistindo no financiamento de 10% dos recursos brutos do orçamento para a saúde, 10% do PIB para educação, não contingenciamento dos recursos de segurança pública, do Fundo Penitenciário, e do Fundo Nacional de Segurança para integração maior com os estados e com os municípios, e que os investimentos em mobilidade sejam priorizados.

Defendemos que o governo sepulte, de uma vez por todas, esse malfadado projeto do trem-bala, que custará cerca de 50 bilhões de reais, e priorize os metrôs das grandes capitais - que, infelizmente, no governo do PT, nos 10 anos e meio do governo do PT, não tiveram qualquer priorização por parte do governo.

O que o Congresso pode fazer diante da responsabilidade pela reforma política?

Ser ágil.

Fazer o que estamos propondo aqui.

Votar alguns desses temas que já estavam em condição de votar há muito tempo, só que não tínhamos maioria para votá-los.

Cabe à presidente da República colocar à sua base como prioridade essas questões, cabe à presidente da República mobilizar os inúmeros líderes dos vários partidos cooptados para participar do governo para que façam alguma coisa boa para o país.

Porque não tem sentido o governo com uma base tão ampla, com um sem-número de partidos, sem que eles atuem de forma organizada em uma matéria sequer.

Cabe à presidente da República orientar a sua base para a votação da reforma política no Congresso como prioridade, e eles encontrarão lá, prontos para votá-la, as oposições com as suas propostas.