Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (5).

A greve dos rodoviários tem causado perdas significativas para o comércio no Grande Recife.

De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), nos dias de paralisação dos motoristas de ônibus houve um prejuízo de mais de 60% no setor varejista, afetando principalmente as empresas localizadas no Centro da capital.

O Jornal do Commercio percorreu algumas ruas da cidade na tarde de ontem e encontrou comerciantes insatisfeitos com o pequeno fluxo de clientes.

As vias que costumam receber milhares de pessoas durante o dia estavam parcialmente vazias.

Os únicos transeuntes encontrados eram vendedores chegando atrasados às lojas e ambulantes.

Segundo o gerente de um estabelecimento especializado no comércio de calçados localizado na Rua da Palma, bairro de Santo Antônio, Paulo Henrique de Araújo, a queda das vendas da semana é preocupante. “O pior dia foi a segunda-feira, quando tivemos um prejuízo que chegou a quase 80%.

Aguardamos, agora, a greve terminar para cobrir essas perdas”.

Na Rua Nova, situada no mesmo bairro, o gerente de uma loja de roupas, Assis Freire, disse que precisou liberar os funcionários mais cedo por causa da falta de clientela. “Se não tem movimento, pra quê segurá-los?

Calculamos o prejuízo em 70% desde o primeiro dia de greve.

Temos mais quatro lojas no Recife e todas estão na mesma situação”, revelou.

Ele teme que a paralisação seja mantida na próxima semana. “Se ela se estender, vaiser muito complicado.

Esperamos que os rodoviários sejam atendidos logo”.

Em uma das mais movimentadas vias do Centro, a Rua da Imperatriz, o grande fluxo de pessoas por volta das 16h chamou a atenção de quem passava.

A agitação foi marcada por funcionários das empresas que largaram quase no mesmo horário.

As lojas que ainda mantinham portas abertas estavam vazias. “Foi assim o dia inteiro.

Aqui nós temos seis atendentes, mas hoje só um conseguiu chegar.

Esse foi, sem dúvidas, um dos piores dias da greve”, disse o gerente de uma livraria, Manoel da Silva.