Foto: Luiza Freitas/NE10 Do NE10 Com a continuação da paralisação de motoristas, cobradores e fiscais e os bloqueios ao tráfego de ônibus em algumas vias do Centro do Recife nesta quinta-feira (2), algumas empresas de ônibus são acusadas de reter parte da frota nas garagens.

A denúncia é feita pelo presidente do Sindicato dos Rodoviários, Patrício Magalhães.

A orientação do Sindicato dos Rodoviários para esta quinta-feira (4), definida após assembleia realizada nessa quarta (3), era de que os coletivos circulassem normalmente nos horários de pico no Grande Recife, entre 6h e 8h e das 17h às 19h. “As empresas mudaram o plano e estão colocando a frota reduzida nas ruas, mas os motoristas estão nas garagens para transportar os passageiros.

Não queremos prejudicar a população”, afirmou Patrício Magalhães.

A Pedrosa, por exemplo, afirmou que não há vantagens na circulação de todos os veículos, já que eles ficariam o dia inteiro parados, como tem ocorrido desde essa segunda (1º), além de correr o risco de ter pneus furados.

A reportagem do NE10 presenciou o momento em que vários motoristas aguardavam na garagam da empresa, no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, e apenas cinco deles foram chamados para sair.

Outros afirmaram que foram dispensados hoje devido à paralisação.

Na garagem da Transcol, também na Zona Norte, nenhum responsável concedeu entrevista, mas o porteiro disse que a frota saiu normal e não houve tumulto.

Até as 9h20, no entanto, não havia informações de ônibus estacionados nas ruas. “Queremos encontrar locais pela cidade que não vão obstruir o trânsito para deixar os ônibus. Às 17h, vamos voltar para levar a população para casa”, explicou o presidente da entidade.

O Movimento Rodoviário de Verdade, em oposição ao sindicato, afirmou que não vai participar da manifestação proposta pelos representantes oficiais da categoria.

Apesar de ainda não ter definido como será o protesto nesta quinta, a oposição diz que a greve continua e só vai acabar quando o Governo do Estado aceitar receber a pauta de reivindicações do movimento, que inclui reajuste salarial de 33%, vale alimentação de R$ 300 e recontratração dos motoristas e cobradores que foram demitidos, segundo ele, por questões políticas.

Uma coletiva de imprensa será realizada nesta manhã para divulgar os rumos da paralisação.

Segundo o sindicato das empresas de ônibus, a Urbana-PE, a orientação é de que os veículos circulem normalmente.

A assessoria de imprensa informou ainda que a gerência da Pedrosa não admite ter retido os ônibus na garagem.

A Urbana-PE estima que aproximadamente 80% da frota estão nas ruas, mas alega que isso é causado pela falta de motoristas.