Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, o senador Aécio Neves, do PSDB, presidenciável para 2014, falou sobre plebiscito, recursos para saúde e educação, pacto nacional, fim do voto secreto e propostas do PSDB na reforma política. “O plebiscito nasceu morto e o governo sabia disso.

O governo, quando criou a Constituinte exclusiva, que durou 24 horas, sabia que ela era inviável.

Quando apresentou uma proposta de plebiscito sobre temas tão complexos em um prazo tão curto, sabia que era inviável.

Era um engodo.

Era uma forma de desviar a atenção da população das questões centrais.

O governo erra muito e quem perde é a população brasileira.

Infelizmente, estamos vendo passar o tempo e as questões centrais, da mobilidade urbana, da saúde de qualidade, da diminuição desse número escandaloso de ministérios e de cargos em comissão, melhoria da qualidade da segurança pública, nada disso acontece no Brasil.

O que estamos assistindo, infelizmente para o Brasil, é o fim antecipado de um governo que não consegue dar respostas, não consegue mostrar efetivamente que tem disposição.

Em primeiro lugar, de reconhecer os seus equívocos, de fazer um mea culpa e iniciar uma fase nova.

O governo velho continua falando para um Brasil novo, que surgiu das ruas”, afirmou. “Eu, talvez até ingenuamente, acreditei na proposta de um pacto.

Fui à tribuna, como presidente do maior partido de oposição, apresentei uma agenda à presidente da República.

Uma agenda na qual muitos dos temas dependiam da sua própria vontade pessoal.

E aguardava, obviamente, que a presidente da República chamasse a oposição para dialogar.

Se você quer um pacto com o país, você de chamar aqueles que tiveram quase metade dos votos nas últimas eleições.

Não.

Ela preferia fazer um pacto com aqueles que dizem amém.

A presidente chamou governadores e prefeitos de estado e constrangeu a todos porque só ele teve direito à palavra.

Não foi um diálogo.

Foi um monólogo.

Chamou um segmento da sociedade que o governo controla.

Muitos que recebem mesada do governo.

E ignorou segmentos políticos que representam metade da população brasileira.

O PSDB governa metade da população do Brasil através de seus governos.

Nas últimas eleições, no primeiro turno, a presidente teve menos da metade dos votos.

Lamentavelmente, não era um pacto, era uma forma de mais uma vez transferir as responsabilidades que são dela, que são do seu governo, do seu partido que governa o Brasil há dez anos e seis meses para o Congresso Nacional.

E voltou como um bumerangue.

A proposta equivocada, o erro na verdade, tem uma velocidade própria.

E a presidente da República está conhecendo a velocidade do erro.

A Constituinte durou 24 horas e a proposta do plebiscito não durou duas semanas.”