Em São Paulo, como aqui, ocorre uma disputa pelo controle do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus.

Lá, nesta semana, como aqui, ocorreram ações radicais, como o bloqueio de quatro terminais no centro de São Paulo, que prejudicou durante mais de três horas passageiros de 97 linhas.

O protesto foi realizado de surpresa por um grupo de condutores que tenta ser eleito na semana que vem para comandar a categoria.

Como aqui, passageiros foram autorizados a entrar pela porta traseira, sem pagar.

Lá os manifestantes alegaram que a queda da tarifa de ônibus aumentou a pressão para extinguir a função dos cobradores, que representam 12% do custo do transporte.

Em São Paulo, a passagem caiu de R$ 3,20 para R$ 3, por decisão do prefeito Fernando Haddad (PT), após protestos que ganharam corpo na capital paulista a partir do último dia 6.

Os manifestantes afirmaram que os pedidos por tarifa zero, uma das bandeiras do Movimento Passe Livre, também reforçaram a pressão contra os cobradores.

Na avaliação dos sindicalistas, a lei municipal que regulamenta a profissão não dá garantias contra uma eventual extinção da função.

Por isso entregaram na Câmara um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas pedindo alterações.

O discurso em defesa dos cobradores pode atrair votos na categoria.

Há duas semanas, após boato nas garagens, a gestão Haddad divulgou nota desmentindo qualquer intenção de acabar com os cobradores.

Entre especialistas, não há consenso sobre a importância desse posto, que não é comum em muitos países.

O pagamento da passagem em dinheiro hoje representa uma pequena parcela –a maioria paga com bilhete eletrônico.

Aqui, algum ajustes será inevitável mais cedo ou mais tarde.

Os BRTs funcionam com pagamento prévio nas estações, como o metrô, deixando os cobradores sem função.

Ou não?.