Foto: Clemilson Campos/JC Imagem Por Débora Duque Do JC Online Ainda que o governador Eduardo Campos (PSB) tenha saído em defesa da realização do plebiscito para a reforma política, na quarta-feira (27), após participar da reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), o tema motivará uma nova queda de braço entre PSB e PT.
Líder da bancada socialista na Câmara Federal e defensor da candidatura de Eduardo à Presidência, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) insinuou nesta segunda-feira (1º) à noite que os petistas trabalham para submeter à consulta popular apenas os pontos de interesse do próprio partido, como financiamento público de campanha e o voto em lista fechada. “O que ouço é que o PT quer criar as perguntas para sua própria reforma.
Mas é preciso ouvir os cidadãos e os demais partidos.
O PT é apenas uma parte da política brasileira”, criticou, antes de entrar na reunião de emergência da Executiva nacional do PSB.
Convocado por Eduardo Campos, presidente nacional da legenda, o encontro aconteceu em um hotel do Recife e teve como objetivo formular um posicionamento unificado do partido sobre a reforma política e as manifestações que estão ocorrendo no País.
Leia também: Dilma envia proposta de reforma política para o Congresso Até o fechamento da edição desta terça-feira (2) do JC, a reunião ainda não havia sido concluída.
Está programada para o dia a divulgação de um documento com os pontos debatidos pelo partido.
De acordo com Beto Albuquerque, o PSB é contrário ao financiamento público de campanha e ao voto em lista fechada, bandeiras levantadas pelos petistas. “Quem disse que esses assuntos são prioritários para a população?”, questionou.
O socialista também criticou a pressa com que o governo federal espera realizar o plebiscito.
A consulta, segundo ele, não pode ser de “afogadilho” e deve preservar a “segurança jurídica”.
Na sua avaliação, é preciso criar ferramentas para captar, previamente, sobre quais temas a população deseja ser consultada. “Se não, estaremos fazendo um movimento que menos quer ouvir o povo e mais quer resolver sua eleição.
O plebiscito só é legítimo se tivermos espaço para colher sobre o que o povo quer opinar.
Um plebiscito de afogadilho não permitirá isso”, advertiu.
Em relação à reforma política, o PSB defende a unificação do processo eleitoral e o fim da reeleição, estabelecendo um mandato de cinco anos, válido a partir de 2018.
A versão do PSB é de que mais do que uma reforma política é preciso realizar uma “reforma de Estado” que deve atingir também o Judiciário.
Beto Albuquerque citou, como exemplo, o fato de apenas 34% dos processos de improbidade administrativas terem ido à julgamento.
Apesar das críticas, ele disse apoiar o plebiscito, mas ponderou que a medida não irá “esconder” o baixo desempenho da economia e o cenário de “pessimismo”.