Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (1), o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a postura da presidente Dilma Rousseff, que não convidou a oposição para discutir a reforma política, como disse que faria. “Mostra que, até nisso, o governo federal tem dificuldades de tomar uma posição.
Anunciou-se que haveria um convite às oposições, mas ela já conversou com todos aqueles que costumam concordar com as suas posições.
Talvez até pelas oposições terem uma posição divergente da presidente, não tenhamos sido convidados”, afirmou.
O senador lembrou as propostas elaboradas e apresentadas pela oposição, que passam pelo corte de metade dos cargos comissionados e ministérios, além de investimentos em saúde e educação. “Infelizmente o que estamos vendo é o governo mais uma vez dando respostas laterais e tentando, com este plebiscito de reforma política, abster-se da sua responsabilidade”, disse. “Nós apresentamos uma pauta ao governo que passa pelo corte de metade dos cargos em comissão e metade dos ministérios poderiam ser extintos; investimentos na saúde poderiam ser aprovados no Congresso Nacional, assim como na educação; o fim do programa mirabolante, eu diria patético, do trem bala que custará R$ 50 bilhões aos cofres públicos.
Poderia se substituído por investimentos nos metrôs das capitais”, aponta.
Para o presidente nacional do PSDB, a administração petista está perdendo o rumo: “No afã de dar respostas rápidas à sociedade brasileira, o governo está perdendo o foco mais uma vez.
As oposições apresentaram uma agenda para o governo.
O governo sequer se dispôs a comentá-la, o que mostra que realmente não há disposição de conversar com as oposições”, completou. “Ficou claro que o Brasil cor-de-rosa da propaganda oficial, do Brasil sem miséria, do Brasil de serviços públicos de altíssima qualidade, não existe.
O governo federal teve que se confrontar com o Brasil real, onde as pessoas querem empregos de melhor qualidade, querem uma educação de maior qualidade, querem serviços públicos dignos.
E se o governo insistir em não dar resposta a essas questões pode ser que a popularidade da presidente continue caindo”.