Por Débora Duque Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (28).

Embora o governador Eduardo Campos (PSB) tenha declarado apoio à iniciativa da presidente Dilma Rousseff (PT) em relação ao plebiscito para a reforma política, o PSB discorda das principais bandeiras levantadas pelo PT nesse quesito.

Uma das preocupações externadas, em reserva, por socialistas é de que a consulta popular englobe apenas os pontos de interesse do Palácio do Planalto.

Conforme declarou, ontem, o ministro da Educação, Aloísio Mercadante (PT), dois temas que deverão ser incluídos no plebiscito são os modelos de financiamento das campanhas e os sistemas eleitorais.

No primeiro caso, os petistas defendem a adoção do financiamento exclusivamente público.

Porém, dentro do PSB, a opinião majoritária – partilhada, inclusive, pelo próprio Eduardo – é de que a forma de custeio deve ser mista.

O entendimento é de que o modelo de financiamento público tende a beneficiar os partidos com as maiores bancadas no Congresso, que receberão a maior fatia de recursos.

Neste caso, PT e PMDB.

Acredita-se, além disso, que a medida não conseguirá evitar o chamado “caixa 2”, isto é, quando o dinheiro recebido por candidatos e partidos não é declarado.

Em relação à reformulação das regras eleitorais, o PSB também é contrário ao voto em lista fechada, outro pleito do PT.

Nesse sistema, o eleitor deixaria de votar diretamente nos candidatos na eleição proporcional para votar nos partidos, que ordenaria uma lista de postulantes.

Internamente, a avaliação de socialistas é de que esse modelo perde o sentido no momento em que representatividade das legendas está sendo colocadas em xeque nos protestos espalhados pelo País.

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Nesse caso, a escolha de presidente, governador e prefeito seria feita forma conjunta.