Nos três primeiros meses de 2013, o número de casos de suspeita de dengue aumentou 279% em comparação ao mesmo período de 2012.
Foram 635,1 mil ocorrências em todo o território nacional, segundo o Ministério da Saúde.
As secretarias municipais acompanharam quantas suspeitas se confirmaram.
Deste imenso volume, 70 mil foram descartadas.
Na maioria dos casos, o vírus detectado foi o de dengue tipo 4, que circula há pouco tempo no Brasil.
Também houve registros de casos de dengue tipo 1, presente por aqui desde 1985, o que mostra a perspicácia do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus responsável por essa epidemia difícil de ser combatida sem a colaboração de todos.
Em Pernambuco, três pessoas já morreram vítimas da dengue este ano.
Duas na capital e uma no Cabo de Santo Agostinho.
Já são 4.342 casos de suspeita de dengue entre janeiro e o início de junho no estado, 1.050 delas confirmadas.
Mesmo com as ações educativas dos estados e municípios, parte da população ainda insiste em descuidar de simples ações que evitam a proliferação do mosquito, como manter as caixas d’água sempre vedadas, não jogar lixo em terrenos baldios e não acumular água em vasos, pneus, garrafas, sacos plásticos.
Uma simples tampinha de refrigerante com alguns pingos de chuva já é o suficiente para o mosquito se reproduzir.
Por isso, todo cuidado é mais do que essencial.
A fêmea do mosquito vive, em média, 30 dias e chega a colocar entre 150 e 200 ovos de cada vez.
O médico, clínico geral do Sistema Hapvida Saúde, George Almério Alves Júnior, alerta que a doença pode ser traiçoeira. “A dengue se manifesta de diferentes maneiras em cada pessoa.
Pode ser inexpressiva, quando não apresenta sequer sintomas, ou pode surgir de forma agressiva para o organismo e trazer complicações, se não diagnosticada logo nos primeiros dias, resultando em quadros graves de hemorragia e até no óbito do paciente”, afirma o médico.
Alguns casos podem ser inicialmente confundidos com uma simples gripe, doença que – assim como a dengue – aumenta nesta época do ano no Nordeste.
Por isso, além da prevenção, é preciso ficar sempre alerta, principalmente com idosos e crianças, mais vulneráveis às duas doenças.
Em pessoas acima de 60 anos, aumentam em 12 vezes o risco de evoluir para caso grave ou óbito por dengue. “Como os sintomas são parecidos, muitos começam a se automedicar achando ter contraído uma gripe, quando na verdade trata-se da dengue.
Isso é muito perigoso, pois pode agravar seriamente o quadro.
Ao ter febre, dor de cabeça e cansaço, é imprescindível procurar um médico antes de tomar qualquer medicação.
Não podemos esquecer de que tanto dengue quanto gripe podem matar”, explica o médico do Hapvida, George Almério.
A melhor prevenção O combate à dengue exige ação coletiva.
Vigilância para os pontos de risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti é a melhor forma de combate.
Não só dentro de residências, mas atento ao vizinho, ao buraco na rua acumulando água, ao lixo que não foi recolhido devidamente.
Orientar as crianças também é fundamental, tanto nas escolas quanto em casa.
No Recife, há a Ouvidoria Municipal de Saúde, onde a população pode agendar o recolhimento de pneus velhos, denunciar focos de dengue e marcar a visita dos Agentes de Saúde Ambiental (ASA) para palestras em escolas e creches da cidade.
Basta ligar para o 0800 281 1520 - de segunda a sexta-feira, das 07h às 19h.
Já o Governo do Estado disponibiliza a Secretaria-Executiva de Vigilância em Saúde, para denúncias, reclamações, sugestões e solicitações.
O telefone é o (81) 3184.0183.
Histórico Mundial: a dengue está presente em todo o mundo e afeta mais de 100 milhões de pessoas todos os anos.
O número de ocorrências no Brasil começou a diminuir nos últimos dois meses.
Ainda assim, o Ministério da Saúde classifica Pernambuco como um estado com risco muito alto de transmissão da doença.
A dengue não escolhe classe social, sexo ou idade.