Após quatro meses pressionando os órgãos competentes, a equipe da maternidade do Hospital do Tricentenário, em Olinda, vai paralisar os seus atendimentos por 24 horas na próxima terça-feira (2).
Aproximadamente 30 médicos que acompanham a maternidade cruzam os braços em virtude do não reajuste de incentivo mensal, pactuado em dezembro de 2011 com a Prefeitura de Olinda.
Atualmente, a maternidade do Hospital do Tricentenário realiza cerca de 550 partos por mês, sendo a maior maternidade de baixo risco de Pernambuco, e recebe um incentivo municipal, defasado, no valor de R$ 100 mil mensais.
Através de um abaixo-assinado enviado ao Diretor da Unidade, Gil Brasileiro, os diversos profissionais que optaram por aderir à paralisação lamentam a atual situação financeira da maternidade, que em 2011 ameaçou fechar as portas por falta de condições em manter os plantões, e esclarecem que o principal objetivo do movimento é fortalecer a maternidade para comportar a demanda do Estado.
A Direção da unidade e sua Coordenação Médica, que tem como representante o médico Roberto Calixto, esclarecem que diversas tentativas de evitar o movimento foram realizadas, através de contato com os órgãos competentes, mas, após quatro meses de negociação, nenhuma providência, por parte do município foi tomada, tornando inviável qualquer acordo com a equipe médica.
Hoje, o Hospital do Tricentenário gasta em média R$720 por cada parto e possui um déficit de R$ 200 mil.
Com o atual incentivo, o cumprimento da meta de 550 partos por mês fica quase inviável. “Mesmo com tantas dificuldades financeiras, o Hospital tem procurado investir na estrutura de sua maternidade, através da compra de materiais e reformas na ala, mas a insatisfação é geral, o que ainda segura nossos profissionais são os laços, conquistados através de anos, que muitos médicos possuem com a unidade”, explica Calixto.
A paralisação vai acontecer em caráter de advertência, atendendo apenas os casos de emergência e fechando aos atendimentos com a Central de Leitos do Estado e demandas espontâneas.
Caso não haja um retorno do município, os médicos alertam para uma greve por tempo indeterminado.