Após a onda de protestos que tomou conta do Brasil nos últimos dias, exigindo entre outras questões mais transparências nos gastos públicos, a bancada da oposição na Câmara do Recife vai lançar hoje um “pacote ético” com sugestões para atender, no âmbito do Legislativo municipal, às reivindicações.
Entretanto, antes mesmo do lançamento, a agenda já é alvo de disputa política, já que o presidente da Casa, Vicente André Gomes (PSB), não quer atribuir as sugestões a uma mobilização exclusiva dos vereadores oposicionistas.
O pacote inclui a instalação da Tribuna Popular, do Conselho de Cidadãos e da Comissão de Legislação Participativa, a aprovação da Corregedoria, da Ouvidoria, do Portal da Transparência, realização de concurso público e a redução de parte dos 1.054 cargos comissionados, além da proposição de projetos que melhorem a educação e a saúde.
A oposição ainda promete cobrar do prefeito Geraldo Julio (PSB) a promessa de conceder passe livre no transporte público para estudantes da rede municipal.
Em entrevista na semana passada, o socialista disse que está sendo feita uma análise de viabilidade econômica sobre o assunto.
O líder em exercício da oposição, Raul Jungmann (MD), apresentará o pacote para os colegas em pronunciamento na tribuna.
Para ele, é possível viabilizar algumas das propostas antes do recesso, que inicia no dia 3, por meio de um “esforço concentrado”. “Projetos como a Tribuna Popular só precisam de um ato do presidente da Casa”, observa.
Vicente trata de ressaltar que a pauta “não é de Jungmann”, e que foi discutida na última reunião da Comissão Executiva.
Ele destaca que a Casa deseja acelerar a implantação das propostas, mas lembra que há uma “série de coisas que poderão atrapalhar a rota do objetivo”, como solicitações de emendas, pedidos de vistas e prazos regimentais. “São 39 vereadores, cada um com uma cabeça diferente.
Os líderes do governo, da oposição e dos partidos têm que ter um entendimento”, ressalta.