Do Jornal do Commercio deste sábado (22).

BRASÍLIA - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reconheceu ontem que os governantes têm de ter “suficiente autocrítica” para compreender as manifestações que tomam conta das principais cidades do País. “Estamos vivendo um momento muito particular para o País.

Nós temos de ter suficiente autocrítica, abertura de espírito para perceber o que as manifestações estão nos dizendo.

E nós temos de ser capazes de entender essa mensagem e fazer com que esse movimento se canalize para o bem do País, para o avanço dos direitos, para a conquista de serviços de um tipo de governo que, de fato, atenda à necessidade do povo”, disse o ministro, durante reunião preparatória para a Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá de 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro.

O evento é organizado pela Igreja Católica.

Leia também: Após encontro com Dilma, CNBB decide manter programação de visita do papa ao Brasil A presidente Dilma Rousseff se irritou com a postura do presidente do PT, Rui Falcão, que conclamou militantes para uma passeata.

Os manifestantes rejeitaram a presença de partidos, e petistas acabaram hostilizados. “Sem partido”, repetiam manifestantes contrários à partidarização. “Quando se grita sem partido, nós vemos aí um grande pedido”, disse Carvalho. “E não há democracia sem partido.

Não há democracia sem uma forma mínima de instituição.

Sem partido, no fundo, é ditadura.

Temos de ficar atentos a isso.

Então, é um momento de celebrar e, ao mesmo tempo de apreensão”, disse.

Para o ministro, “a classe política paga o preço por isso (pelos protestos)” e “a imprensa é responsável pela descrença da população com a política”.