Bola cantada, no Painel da Folha de São Paulo A decisão de Rui Falcão de convocar militantes do PT às ruas ontem preocupou o governo federal antes mesmo da explosão de violência em protestos em várias cidades do país.

Segundo relatos, o presidente do partido não discutiu a ideia com o Palácio do Planalto, que desde cedo temia que um eventual confronto entre petistas e outros grupos das passeatas respingasse em Dilma Rousseff. “Se der errado, a culpa é de quem?”, questionava um membro da equipe presidencial.

Aqui no Recife, em debate nesta tarde na rádio JC/CBN, o vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz dizia que nigupem ganha eleitoralmente com os protestos e reclamou que os militantes e as bandeiras do PT estavam sendo rasgadas em alguns atos.

Ele disse que o partido tinha direito de estar nas ruas porque sempre esteve ligado aos movimentos sociais.

Noutro ponto, disse que, depois dos protestos, caberia aos dirigentes aperfeiçoar a nova democracia.

Em São Paulo Militantes de partidos políticos e do MPL (Movimento Passe Livre) foram expulsos ontem do ato marcado para comemorar a revogação do aumento da tarifa em São Paulo.

O ato, que começou às 17h15 na avenida Paulista, foi marcado por um forte confronto entre grupos que se diziam “antipartidos” e militantes do PT, PSTU, PSOL e PCO.

Houve empurra-empurra, gritaria e agressões entre os grupos.

Bandeiras de partidos foram arrancadas de manifestantes e queimadas.

A confusão começou quando militantes do PT chegaram portando bandeiras da sigla.

Eles foram recebidos por xingamentos e gritos de “oportunistas” e “mensaleiros”.

Hostilizados por todo o trajeto, petistas tiveram que ser protegidos por um cordão humano que unia membros do MPL e de outros partidos.

Quando o grupo chegou em frente ao prédio da Gazeta, os “antipartidários” impediram a passagem do restante da marcha, que era liderada pelo MPL.

Neste momento, houve um confronto e o bacharel em direito Guilherme do Nascimento, 27, deixou o ato com cabeça sangrando.

Ele afirmou que as agressões vieram de petistas.

Já militantes das siglas de esquerda disseram que foram atingidos por spray de pimenta e atacados com pranchas de skate.

No tumulto, uma militante desmaiou.

A PM acompanhou à distância.

Após o confronto, a marcha se dispersou.

Militantes do PSOL foram obrigados a tirar a camisa do partido e deixaram o ato chorando.