Por Gilvandro Filho, jornalista É impressionante como a maioria dos políticos, independentemente de partidos, não sacou nada do que está acontecendo.

O povo está nas ruas, de norte a sul do País.

E a classe política, em sua maioria, não percebeu que ela é a razão da maioria das broncas.

E que algo pode estar mudando.

E que essa mudança pode não ter volta.

Continua tucano a botar culpa em petista que joga a carapuça no ‘demo’ que faz que não é com ele e comemora o movimento das ruas como uma vitória sua.

Ninguém teve ainda o mínimo de humildade para reconhecer a culpa é de todos eles, de suas políticas sacanas, dos superfaturamentos de suas obras, de sua maneira de ver o povo como gado, de sua incompetência administrativa, de sua esperteza financeira, de sua fome e de sua sede, de sua indigência cultural, de sua arrogância burra e de sua burrice que não encontra limites no campo da lógica.

Nos jornais e na TV, esse pessoal continua a fazer discursos falsos.

Elogia os manifestantes que para eles, no fundo, deviam estar quietinho nos seus cantos.

Dá vivas sem sinceridade a uma democracia que boa parte queria ver mesmo era no vinagre.

A maioria mostra que não aprendeu nada quando se aproveita do povo lá fora, na rua, e continua a tramar leis infames no escurinho das comissões.

Ou quando acha o máximo devolver em migalhas aquilo que lhe é cobrado porque não é dele.

A maioria dos políticos mostra que não aprendeu nada e que não quis aprender. É quase tudo sobejo de um grosso e mal cheiroso caldo cultural.

Não está nem aí porque nunca esteve a fim de estar.

Só que tudo isto que, agora sim, está aí é contra a maioria deles.

E democraticamente, sem muita distinção de lados ou de partidos.

A impressão é de que pode estar pintando desse desencanto partidário uma rearrumação política à qual todo mundo deve estar muito atento.

Inclusive a classe política, que nunca viu motivos maiores para estar.

Onde tudo isso vai dar?

Quem sabe?

Quem sobreviver verá.