Do Jornal do Commercio desta terça-feira (18) Nos primeiros cinco meses do ano, a indústria perdeu fôlego tanto no Estado quanto no País.
Mas em Pernambuco há um diferencial: o grande volume de investimentos em curso aponta para uma perspectiva mais dinâmica nos próximos meses.
A conclusão é da consultoria Ceplan em documento divulgado ontem, com base em pesquisas do IBGE e Agência Condepe/Fidem, entre outras instituições.
A análise é que 2013 continua mostrando que será melhor que 2012, apesar do cenário atual não ser dos melhores. “Os empresários estão com visão positiva acerca do futuro.
E essas previsões usualmente se confirmam, apontam uma direção”, explica o economista da Ceplan, Jorge Jatobá.
Dois exemplos são os setores de serviços e indústria.
No Estado, o empresário de serviços está com expectativa alta para os próximos meses (maio: 143 pontos), ainda que menor em relação ao que fora observado em anos anteriores (em 2010, chegou a beirar os 170 pontos).
No setor industrial, a previsão também é otimista, ficando pouco abaixo dos 60 pontos numa escala de 0 a 100.
Para Pernambuco, os números sobre a construção civil e o comércio ainda não foram divulgados.
Em âmbito nacional, a construção marcou expectativa negativa de -4,9% em maio quando comparado com o mesmo período do ano passado. “Mas o índice é melhor que os de março ou abril, quando as quedas foram de -6,6% e -7,9%, respectivamente”, pontua Jatobá.
Também em nível nacional, apenas o comércio foi mais pessimista que no mês anterior:-3,6% em maio contra -2,9% em abril. “Estão sofrendo com a inflação e a alta da inadimplência, pontua o economista da Ceplan, Valdeci Monteiro.
Situação atual O PIB do Estado cresceu 1,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2012, o mesmo percentual pontuado pelo Brasil.
No caso do País, o relaxamento das metas inflacionárias, da manutenção do superávit primário e do câmbio flexível criaram o atual cenário.
Elas geraram fortes restrições à retomada de crescimento graças ao aumento da inflação e dos juros, o que causa perda de competitividade. “Pernambuco não está isolado do resto do Brasil.
Esses fatores influenciam a situação por aqui”, pontua Jatobá.
Mesmo passando por um momento ruim em virtude da seca (que afeta a cadeia produtiva da cana de açúcar), a agropecuária conseguiu “salvar” o PIB estadual.
A soma de todas as riquezas do setor em Pernambuco foi 33,9% maior que o ano passado - o que compensou, em parte, o péssimo desempenho da indústria, que foi de 0,2%. “O alto percentual da agropecuária se deve à base de comparação com o ano anterior, que foi pior.
Nisso, houve o crescimento de 33,9%.
Mas o setor não conseguiu atingir bons patamares”, explica o diretor de pesquisas da Agência Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães.
No setor de empregos formais, o número gerado em abril no Estado foi 1,5% maior que o registrado em abril de 2012.
Antes a maior geradora de empregos no Estado, a construção civil cresceu 1,8% em abril de 2013 quando comparada com o mesmo mês de 2012 (de 155.111 para 157.915 pessoas), número considerado baixo.
O maior percentual de crescimento foiregistrado nos serviços industriais de utilidade pública (água, esgoto, energia): 7,3%.
Mas o número de contratados ainda é pequeno, passou de 14.393 para 15.449.