“A CUT apoia a revogação do reajuste das tarifas de transporte público de São Paulo e defende uma ampla discussão com a sociedade para atingir o objetivo final que é custo zero”.

Esta foi a intervenção do presidente da CUT, Vagner Freitas, durante reunião extraordinária do Conselho da Cidade de São Paulo, realizada nesta terça-feira (18), na sede da Prefeitura paulistana. “É inadmissível o/a trabalhador/a gastar duas horas e meia mais para chegar ao local de trabalho e ainda pagar um preço por um serviço de péssima qualidade”, pontuou Vagner, um dos conselheiros, completando: “A lucratividade do setor de transporte coletivo em São Paulo é muito alta e o empresariado que ganha muito oferece à população um serviço de péssima qualidade”.

Nos três minutos que coube a cada conselheiro, Vagner resumiu o sentimento de milhares de trabalhadores/as, estudantes e familiares que estão indo às ruas para reivindicar a revogação do reajuste de tarifas de ônibus na cidade – os preços das passagens de ônibus e Metrô subiram de R$ 3,00 para R$ 3,20 no último dia primeiro.

O presidente da CUT também aproveitou seu tempo para falar sobre um debate que a CUT vem fazendo já há algum tempo sobre mobilidade urbana.

Segundo Vagner, é obrigação de todos os Conselheiros e da Prefeitura fazer urgentemente uma conferência sobre mobilidade urbana.

O dirigente também alertou sobre as desonerações que livram os empresários de impostos, mas não têm nenhuma contrapartida social.

No dia 31 de maio, por exemplo, a presidenta Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional uma Medida Provisória que zera as alíquotas do PIS e do Confins incidentes sobre o transporte coletivo, mas no texto não tem nenhuma exigência de contrapartidas para o empresariado. “Não tem problema nenhuma fazer desoneração.

Mas, se é para fazer, que tenha contrapartidas sociais, senão só engorda o lucro do empresariado.

A isenção de impostos tem de vir acompanhada de medidas como o controle popular sobre o que deixou de ser pago, retornos como investimentos em serviços públicos para a sociedade”, concluiu Vagner.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvândia Moreira Leite, lembrou que, em 2011, fez uma pesquisa com a categoria e o resultado foi o seguinte: “mais de 50% dos bancários disseram que problema do transporte público é o que mais afeta a vida deles”.

Ela repudiou a violência da polícia, assim como Vagner e vários outros conselheiros, e defendeu a revogação do reajuste e a abertura de um amplo processo de negociação com a sociedade.