O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu hoje, durante Almoço-Debate LIDE, que o Congresso e o Senado devem favorecer o ambiente de negócios no Brasil, combatendo a burocracia e incentivando o debate com as lideranças sociais e empresariais. “Entre 185 economias pesquisadas, o Brasil é um dos países mais difíceis para se fazer negócios por conta da burocracia”, disse em evento promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, liderado pelo empresário João Doria Jr., que aconteceu no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, e contou com a presença de 302 empresários.

O LIDE completa neste mês dez anos de atuação.

Entre as dificuldades encontradas para o ambiente de negócios estão o peso dos impostos, a dificuldade de obtenção de alvarás, os custos e excesso de documentação para lidar com o comércio exterior.

O Brasil, com PIB de 2,3 trilhões de dólares em 2012, segue como a sétima maior economia do mundo. “Há um enorme campo para ser trabalhado”, avaliou Calheiros.

Discussões nesse sentido já têm ocorrido por meio da agenda Brasil Mais Fácil e a maior parte das ações se situam no âmbito da microeconomia.

Há propostas tramitando para a compensação de créditos apurados pelo contribuintes, criação de nova lei das sociedades anônimas simplificado, regulamentação do trabalho terceirizado, possibilidade de horas extras para trabalhadores com jornada de 44 horas, eliminação do vale-pedágio, regulamentação do Sistema Financeiro Nacional, definição se o Cade pode atuar na defesa do setor bancário, atuação no rendimento do FGTS, atualização da Lei de Propriedade Intelectual, entre outras.

Segundo Calheiros, as iniciativas não estarão restritas a projetos de parlamentares, mas devem agregar sugestões das lideranças, como nessa oportunidade promovida pelo LIDE. “O que estamos fazendo hoje aqui, conversando com o empresariado e colhendo sugestões, é muito importante para dar andamento à agenda nacional”, afirmou.

Durante o Almoço-Debate, o LIDE entregou dois documentos para o senador: o do movimento para o Brasil Competitivo e uma proposta da sociedade civil para o novo sistema tributário. “São documentos importantes para o processo de simplificação tributária”, ressaltou João Doria Jr.

O presidente do Senado agradeceu a entrega dos documentos e disse que a fiscalização é o primeiro passo para fazer qualquer coisa na linha das sugestões colhidas junto ao empresariado e acrescentou que o Senado já criou uma comissão para fazer o acompanhamento do sistema tributário nacional. “O governo precisa ser ajudado por todos nós para navegar nas águas revoltas da economia internacional com tranquilidade”, disse Calheiros, que se colocou à disposição para ajudar a fazer os ajustes necessários para restaurar a confiança e para o país continuar crescendo.

Calheiros acrescentou que o tempo é de moderação e de economia, de comedimento com os recursos públicos e de tornar o Senado Federal mais eficiente e mais racional.

Segundo ele, o Senado acaba de tomar algumas medidas para redução de custos, como a eliminação do 14º e 15º salários dos deputados, extinção de 101 cargos, redução de 25 funções de chefia, corte de 500 vagas de comissionados.

Também estão sendo revistos contratos com terceiros e foi implementada jornada de 7 horas corridas, evitando novas contratações.