Foto: Michele Souza/JC Imagem Por Juliane Menezes, do Jornal do Commercio Um dia após ter sido surpreendido por manifestações de moradoras da Campina do Barreto, Zona Norte do Recife – na ocasião, um grupo de senhoras aproveitou o anúncio da construção de duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com a presença do governador Eduardo Campos (PSB), para protestar contra a falta de moradia e a prestação do serviços de saúde –, o prefeito Geraldo Julio (PSB) minimizou a agenda negativa.
Moradores protestam em evento com Eduardo Campos e Geraldo Geraldo joga no colo de João da Costa motivo de queixas de moradores “Um protesto tem faixa, são duzentas pessoas que fazem uma caminhada, levam carro de som.
Aquilo ali, não!
Foram cinco senhoras que moram em locais que sofrem alagamento e, de maneira correta, estão precisando de atendimento e de moradia.
Elas foram lá dizer a situação delas de maneira justa e correta”, afirmou ontem o prefeito, após agenda administrativa na Boa Vista. “Eu podia ter ido embora, mas não.
Desci e fui lá conversar com elas, escutar o que elas tinham para dizer”, completou.
Geraldo Julio desconsiderou que as manifestações do grupo de moradoras, na quinta-feira (13), caracterizassem uma forma de protesto endereçado à sua gestão.
Argumentou que a iniciativa foi uma “coisa normal” e que “acontece em todos os lugares, em todos os bairros”.
Ele procurou demonstrar tranquilidade.
Ao contrário da quinta, quando, diante da “pressão” que encontrou na Campina do Barreto criticou – mesmo que sem citar o nome – a herança recebida do antecessor João da Costa (PT), preferiu não alimentar polêmica, insistindo que o ocorrido foi dentro da normalidade.
No ato, o protesto começou durante o discurso do secretário estadual da Saúde, Antônio Figueira, que exaltava a construção da UPA no Arruda, enquanto as moradoras cobravam a presença de médicos na Policlínica Amaury Coutinho.
Depois, enquanto Geraldo Julio falava, um grupo de senhoras começou a reclamar do atraso na entrega das moradias do conjunto habitacional Água Fria, cujas obras deveriam ter terminado em maio.
O conjunto habitacional foi anunciado ainda na gestão do PT e, diante dos reclamos, o governador Eduardo Campos precisou agir para serenar os ânimos, marcando uma reunião entre equipes do governo, prefeitura e moradores para hoje.
Já na agenda de ontem, o prefeito estava só sorrisos ao assinar a ordem de serviço para as obras do Centro de Referência Clarice Lispector, que acolhe mulheres vítimas de violência doméstica ou sexista.
O gestor ouviu, ao lado da primeira-dama do Recife, Cristina Mello, depoimentos de mulheres que já passaram por dramas dentro de casa e encontraram apoio na entidade.