Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Do Jornal do Commercio desta sexta-feira (14) BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), minimizou ontem o edital publicado pela Casa que prevê gastos de R$ 375 mil para abastecer por um ano o chamado cafezinho dos senadores, onde são servidos lanches aos congressistas e seus convidados.

Renan disse que “prefere viver com a contradição da transparência a esconder informações da opinião pública”. “Nós estamos fazendo contenção de despesas com absoluta transparência, com a certeza de que o Senado é o melhor exemplo de transparência. É melhor conviver com a contradição da transparência do que esconder essas informações. É importante que essas coisas sejam discutidas”, afirmou.

Renan não disse se a Casa vai recuar da medida, mesmo diante do desgaste do alto valor da compra.

O jornal Folha de S.Paulo revelou ontem a publicação do edital que prevê a aquisição de 2.000 pacotes de biscoito, mais de 8.000 frascos de adoçantes, 4.800 quilos de presunto e queijo, 2.000 pacotes de pão de forma, além de 2.000 litros de leite, chás e sucos, entre outros itens.

Os gastos com o lanche dos senadores e seus convidados tem custo mensal previsto de R$ 31,2 mil.

Depois de procurado pela reportagem, o Senado informou que vaireadequar o edital porque há divergência entre o atual contrato que está em vigor e a última compra feita, no ano passado.

O valor do edital de 2012 foi de R$ 212,8 mil e o Senado informou que até agora já gastou R$ 126,3 mil com a compra de produtos.

Por isso, segundo a Casa, o novo edital será reavaliado embora o resultado do pregão já tenha sido divulgado.

Na Câmara, os deputados pagam pelo lanche consumido dentro do cafezinho do plenário desde que a Casa terceirizou o espaço e o cedeu para uma empresa do ramo alimentício.

No edital do pregão, o Senado justifica os gastos ao afirmar que são “itens de primeira necessidade para uso diário, que vão garantir o bom desempenho das atividades dos senadores”.

A despesa ocorre em meio à reforma administrativa anunciada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que promete uma gestão de eliminação de desperdícios.