No debate promovido pelo programa Cidade Viva, nos estúdios da TV Jornal, por mais de uma vez o secretário de Mobilidade do Recife, João Braga, criticou a classe média da cidade, tendo como pano de fundo a questão do rodízio de carros, abortado pela Câmara do Recife após polêmica.
Antes de virar secretário, Braga trabalhava para as empresas de ônibus do Estado, que não chegou a realizar licitação para venda das linhas de ônibus por falta de interessados. “(O rodízio) atingiu a classe média, é a maior usuária do sistema, dos automóveis.
Há uma reação de quem ganhou aquele espaço”, falou inicialmente. “A cidade não suporta mais o volume de carros que tem hoje”, disse.
João Braga disse que a maior contribuição que o governo Geraldo Júlio daria à cidade seria justamente inverter a lógica atual, privilegiando o transporte público. “Não temos mais o que fazer.
Não tem mais ruas para abrir, não tem mais ruas para alargar.
A saída é colocar prioridade no transporte público.
Vai ser a grande mudança do governo Geraldo Júlio”, disse.
Nesta linha de trabalho, João Braga informou que o plano da PCR é abrir corredores exclusivos de ônibus, na Domingos Ferreira, na Mascarenhas de Moraes, na Abdias de Carvalho e na Avenida Norte.
Ele previu polêmica com os donos de carros, por ter que usar, para tanto, pelo menos duas faixas de rolamento.
Em outro dado momento, o secretário da PCR criticou novamente a classe média ao falar no uso indevido das calçadas, especialmente na Zona sul. “Os comerciantes … a própria classe média vai se apropriando das calçadas…
Essas pessoas vão comprar pão e colocam o carro sobre as calçadas.
Depois, são essas mesmas pessoas que ahcma normal fazer crítica ao secretário de Mobilidade porque está tudo engarrafado”, contou.