Durante pronunciamento no plenário, o senador Armando Monteiro (PTB) chamou a atenção para a situação preocupante da conjuntura econômica brasileira, cujos indicadores têm piorado.
Ele citou, por exemplo, a conjugação de baixo crescimento com aceleração da inflação, além do agravamento das contas públicas, especialmente na área fiscal.
Sob esse aspecto, alertou para o viés expansionista da política fiscal, o que não seu entendimento não ajuda a política monetária. “O Brasil faz um movimento para apertar a política monetária elevando a taxa de juros e, ao mesmo tempo, a política fiscal vai noutra direção, expandindo o gasto, aumentando a demanda agregada do setor público.
Isso tudo se reflete também na existência de um déficit que os economistas chamam de déficit gêmeo, que é a conjugação do déficit fiscal com o das contas externas.
E aí também o desempenho das contas externas vem se revelando preocupante”, afirmou.
Dados apresentados pelo senador mostram que o País, depois de um longo tempo, registra déficit na balança comercial: nos cinco meses de 2013, o acumulado é de quase US$ 6 bilhões, concorrendo então para que o déficit em conta corrente já atinja, segundo as previsões, algo correspondente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Isso significa que este déficit alcançará US$ 76 bilhões.
Diante deste cenário, e por mais que o Brasil receba a cada ano o ingresso de recursos externos da ordem de US$ 60 bilhões, Armando alerta que esses recursos não serão suficientes para financiar o déficit em conta corrente, o que implicará na queima de reservas cambiais brasileiras.
Armando voltou a alertar que o Brasil está perdendo competitividade por conta da baixa produtividade da economia brasileira.
Segundo ele, na área industrial os ganhos de produtividade dependerão fundamentalmente da capacidade de inovar e incorporar o conhecimento nos processos e produtos. “A capacidade de inovação das empresas influencia de forma decisiva a produtividade global da economia.
Na era do conhecimento inovar não é uma opção, inovar é o único caminho para um país conseguir conquistar inserção mais dinâmica na economia global”, destacou.
Para Armando, a questão da inovação, por seu caráter estratégico, tem que ser elevada ao patamar de uma política de Estado, com intuito de garantir maior institucionalidade e permanência.
Neste sentido, registrou a iniciativa pioneira no País, que começou a funcionar em Pernambuco, recentemente: o Centro de Inteligência Competitiva para Parques Tecnológicos (Cictec), localizado no Porto Digital do Recife.
Esse centro terá a missão de gerar, articular e difundir informações em áreas estratégicas para as 230 empresas instaladas no próprio Porto Digital, nos bairros do Recife e Santo Antônio, e no Parque Tecnológico de Eletroeletrônica de Pernambuco, no bairro do Curado, em Jaboatão dos Guararapes.