Foto: Agência Brasil Por Débora Duque No Jornal do Commercio desta quarta-feira (12) A cobrança do senador Armando Monteiro Neto (PTB) para que o governador Eduardo Campos (PSB) defina, no segundo semestre, uma posição sobre as eleições do próximo ano foi recebida em silêncio por integrantes do PSB.
Sob o argumento de que o líder socialista só deverá “bater o martelo” sobre o tema no início do próximo ano, a ordem no partido foi de ignorar o chamado público dirigido, anteontem, pelo petebista, durante entrevista à Rádio Jornal.
Na ocasião, Armando declarou que não seria “possível imaginar” que a definição a respeito da sucessão só aconteça em 2014.
Apesar de ser entendida como “parte do jogo sucessório”, a movimentação de Armando gerou incômodo no meio socialista.
Leia também: Armando quer definição sobre eleição de 2014 este ano Armando deixa em aberto aliança com PT ou PSB para 2014 Armando diz que só sairá candidato se for pela Frente Popular A avaliação interna é de que o senador sabe que não receberá a “bênção” do governador para disputar a sucessão e também está ciente que Eduardo encontra-se, no momento, “amarrado” ao desfecho das articulações para a eleição presidencial.
A manifestação foi encarada, por isso, como uma espécie de “preparativo” para um futuro descolamento do governador.
Para aliados de Eduardo, embora o petebista tente sinalizar que não irá esperar pelo “timing” do governador, sua situação está completamente atrelada às decisões que serão tomadas pelo socialista a respeito de duas questões: a candidatura à Presidência e os rumos da aliança PT-PSB.
Se o rompimento se materializar, Armando é visto com chances de se cacifar para encarar a disputa com o apoio dos petistas contra o candidato indicado por Eduardo.
Por outro lado, caso a aliança PT-PSB se mantenha, o petebista, na avaliação de membros do PSB, ficaria deslocado e sua candidatura majoritária perderia força.
Dando demonstrações de que está cada vez mais obstinado em disputar a cadeira de governador, Armando tem pressa para montar um barco seguro de alianças.
Se, inicialmente, apostava-se no apoio do governador em troca do desembarque do PTB nacional no projeto presidencial de Eduardo, hoje, o petebista sonha em ser o único candidato que irá abrir o palanque, em Pernambuco, para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição.
Na entrevista à Rádio Jornal, o senador, inclusive, falou abertamente sobre o diálogo que tem mantido com lideranças estaduais do PT, a exemplo do senador Humberto Costa (PT) e do deputado federalJoão Paulo (PT).
Disse ser detentor de uma “mobilidade natural” que o coloca na condição de fechar, “sem constrangimentos”, conforme afirmou, a aliança com o PT.