Foto: Agência Brasil Ainda que sutilmente, o senador e pré-candidato ao governo do Estado Armando Monteiro (PTB) cobrou do governador Eduardo Campos (PSB) uma posição ainda este ano para a eleição de 2014, destacando que o cenário eleitoral dependerá de o socialista se lançar ou não ao Palácio do Planalto.

Em entrevista à Rádio Jornal nessa segunda-feira (10) o petebista avaliou que “às vezes, você pode até desejar um calendário, mas a dinâmica do processo político não ajuda”. “Meu sentimento é que esse processo (as eleições de 2014) terá que ser definido, ou pelo menos desenhado, no segundo semestre deste ano.

Não vai dar para imaginar que isto só será discutido em 2014, porque é evidente que o governo federal vai, em algum momento, colocar a solidariedade dos seus parceiros diante do processo”, observou.

Ele lembrou que, se Eduardo Campos for candidato a presidente, haverá um novo palanque nacional, com desdobramentos nas coligações em Pernambuco.

Ainda sem uma sinalização de que receberá apoio do governador - a quem atribuiu o papel de “condutor natural” do processo -, Armando demonstrou que está se movimentando independe dele, argumentando que não vai se “destituir da condição de ser um ator político”, e trata de deixar canal aberto para fazer alianças tanto com socialistas quanto com petistas. “Eu fui eleito em 2010 num palanque onde estavam o PT e o PSB. (…) Eu dialogo com todos muito bem e não me sentiria desconfortável se estivéssemos juntos amanhã em qualquer circunstância”, afirma.

Ao mesmo tempo, defendeu a união de forças para dar continuidade ao desenvolvimento do Estado, mesmo discurso endossado por petistas quando comentam a candidatura presidencial do governador. “A boa política que nos ajudou nos últimos anos.

Precisamos ter cuidado para que estes movimentos todos, que são justos, ao final não expresse uma posição personalista”, alertou.

Aliados do petebista já consideram que ele já está iniciando um processo de descolamento do PSB.

O senador, entretanto, é cauteloso.

Nos bastidores, se comenta que o apoio do governador só virá se Armando levar o PTB nacional para seu palanque presidencial.

Entretanto, os petebistas estão cada vez mais próximos da presidente Dilma Rousseff (PT).

Na semana passada, a legenda ingressou de vez no governo petista com a indicação do presidente interino da sigla, Benito Gama, para a vice-presidência do Banco do Brasil.

MUITO A FAZER - Ensaiando um discurso de candidato, o senador avaliou que ainda “há muito o que fazer” pelo Estado, citando que a economia representa apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e 0,5% das exportações. “Nós temos em Pernambuco ainda muitas carências estruturais.

O pernambucano readquiriu a confiança, mas nós temos que ter a compreensão de que este ciclo precisa ser mantido e que Pernambuco tem muitos desafios pela frente”, destacou.