Foto: Abelardo Mendes Jr/Portal da Copa Do Jornal do Commercio desta terça-feira (11) A uma semana de receber o seu primeiro jogo pela Copa das Confederações, o governo do Estado oficializou o pagamento da sua parte da construção da Arena Pernambuco.
São R$ 395 milhões, recursos vindos de um empréstimo contraído junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no começo de 2011.
No Diário Oficial do Estado do último sábado, dia 8, o montante foi incluído nas contas deste ano.
Trata-se de quase 75% do valor total do estádio, que era de R$ 532 milhões.
A cifra original aumentou.
Ainda não há confirmação, mas a estimativa é de que tenha alcançado R$ 650 milhões.
Isso aconteceu porque o governo pediu que as obras da Arena fossem aceleradas em oito meses, foi aplicado um reajuste financeiro seguindo a inflação e calculado a partir de 2010 e a Fifa fez exigências que resultaram em mudanças no projeto.
O restante do valor da Arena Pernambuco, estimado em pelo menos R$ 255 milhões, também será pago pelo governo ao longo de 30 anos.
Inicialmente, seria quitado através de parcelas anuais de R$ 4 milhões.
As três décadas são o período em que a Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S.A. - empresa pertencente ao grupo Odebrecht - explorará todos os serviços do estádio, de jogos de futebol a shows.
Segundo previa o contrato de concessão da Parceria Público-Privada (PPP), o plano de negócios está sob revisão, pois houve aumento nos custos de construção, e poderá implicar em maiores contrapartidas do poder público, pagas com o dinheiro do povo.
Além das parcelas anuais, segundo o plano de negócios em vigência até então, a Arena Pernambuco precisa faturar pelo menos R$ 36,6 milhões por ano para que o governo do Estado não precise bancar outros R$ 36,6 milhões. É que, para evitar repartir prejuízos, a Arena deve bater a meta da metade da receita operacional do empreendimento que, até agora, é de R$ 73,2 milhões por ano.
Essa meta é baseada na realização de 60 jogos por ano.
Na prática, as 20 melhores partidas de Sport, Santa Cruz e Sport.
Em 30 anos são 1.800 jogos.
Não bastasse o acerto de contas operacional do empreendimento, a partir de abril de 2014, mês em que, se confirmado candidato à presidência da República, o governador Eduardo Campos deixará o cargo, o governo de Pernambuco começa a pagar o empréstimo que tomou junto ao BNDES.
Serão 144 parcelas, reajustadas com juros de 1,9% mais a Taxa de Juros de Longo Prazo (5%, atualmente).
A última só será quitada em março de 2026, 12 anos depois.
Os R$ 395 milhões sequer passaram pela conta do Estado.
Conforme previsto em contrato, foram depositados pelo BNDES diretamente na conta da Arena Pernambuco Negócios e Investimentos.
Entretanto, na contabilidade pública, vão turbinar os investimentos do Estado no balanço orçamentário do final do ano.
Sozinhos, representam 11,2% da meta de R$ 3,5 bilhões de aportes para 2013.
A Secretaria de Governo, responsável pela PPP e ordenadora da despesa, e a Secretaria Extraordinária da Copa, responsável pela ações do governo para o evento, foram procuradas pela reportagem para comentar a movimentação.
Nenhuma das pastas quis se pronunciar.