Foto: Aluísio Moreira/SEI Por Ayrton Maciel No Jornal do Commercio desta segunda-feira (10).

Semelhantes, mas não unânimes.

Aliados no Estado da presidente Dilma Rousseff (PT), membros do PSB, PTB e PT apresentam avaliações divergentes quanto às causas e os índices da pesquisa Datafolha de avaliação do governo e a projeção de intenção de voto para 2014, embora as três legendas façam a ressalva de que é um retrato do momento e não tendência de queda.

Lideranças do PSB e do PTB admitem que a queda na avaliação da presidente “fortalece” o projeto nacional do PSB e do governador Eduardo Campos (PSB), para o próximo ano, mas o PT “não vê” nenhum abalo na imagem do governo e de Dilma.

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Eduardo Campos segue com 6% Ministros consideram uma “oscilação normal” a queda na popularidade de Dilma Os socialistas vão mais adiante e consideram que a identificação da queda da popularidade representa a constatação do que o PSB e Eduardo vêm dizendo, pelo País, que aponta para a existência de um “espaço vazio”, que deveria estar preenchido pelo debate sobre uma nova lógica de desenvolvimento da economia.

Líder de Eduardo na Assembleia Legislativa, o socialista Waldemar Borges diz que o PSB tem se proposto a fazer esse debate, que a pesquisa Datafolha não teria detectado, mas que claramente aponta a necessidade ao serem interpretados os índices. “O PSB vê como um sinal da urgência desse debate e de ter respostas para ele.

Talvez outros setores não enxerguem isso.

Pesquisa é coisa do momento, não é um filme, é uma foto.

Agora, não é uma queda eventual (de Dilma) que nos faz enxergar essa urgência.

De certa forma, a pesquisa reflete essa ausência, a queda pode refletir falta de iniciativa de puxar o debate sobre os rumos da economia”, avaliou Borges, ao ser indagado sobre o fortalecimento do projeto do PSB.

Bombardeio O deputado federal Sílvio Costa (PTB) credita a queda da avaliação de Dilma ao “bombardeio” de notícias negativas contra o governo, em abril e maio, na área econômica, reconhece que os índices “estimulam” o projeto presidencial de Eduardo e do PSB, mas afirma que é um quadro momentâneo, que não deve preocupar o projeto petista de reeleição. “Houve um bombardeio por parte da grande mídia por conta da inflação (aumento), do PIB (queda), do emprego (estagnou), MP dos Portos. É natural a queda, não é uma tendência.

Agora, é estimulante para o PSB (o projeto nacional), mas não é nada preocupante para o PT”, considera Sílvio.

Nome citado para a sucessão estadual de 2014, o deputado federal e ex-prefeito do Recife João Paulo (PT) entende que a queda de 65% para 57% (oito pontos) na avaliação positiva e de 58% para 51% na intenção de voto em Dilma “não alteram” a lógica de aprovação da gestão e da perspectiva de vitória no primeiro turno. “O percentual ainda é maior que os de Lula e FHC no mesmo período.

Não fortalece nem enfraquece o projeto.

A oposição, claro, tentará tirar proveito.

Dilma mantém uma distância grande (dos eventuais concorrentes).

A inflação está sendo contornada e o País volta a crescer”, descartou prejuízos João Paulo.