Por Roberval Sobrinho No Jornal do Commercio deste domingo A comissão de Emancipação Política de Cavaleiro, distrito de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, vai se reunir amanhã, às 19h, na sede do Colônia Futebol Clube, no bairro do Pacheco, para debater o Projeto de Lei Complementar 416/2008 - que trata da criação, desmembramento, incorporação e fusão de municípios no País - e as novas atividades do movimento.
A comissão foi formada em 1986 pelo professor Josias Benício, Adilson Bolinha, José Francisco, Josenildo Alves, Wellington Alves, Celso Souza, entre outros.
O grupo reivindica a emancipação do distrito para a criação do município de Cavaleiro dos Curados.
Os integrantes do movimento explicam que, em 1963, o então governador Miguel Arraes, através de decreto, transformou o distrito em cidade.
O ato, porém, só teve validade por 15 dias, em virtude do golpe militar de 1964.
Só em 1986 as discussões foram retomadas e, dois anos depois, em 6 de março de 1988, foi marcado um plebiscito pela Assembleia Legislativa, que foi derrubado através de um mandado de segurança impetrado por vereadores contrários à ideia de emancipação.
Em 1993 foi marcada uma nova consulta popular, mas a falta de quórum prejudicou os defensores da emancipação. “Os interesses políticos contra a emancipação de Cavaleiro são muito fortes.
A pressão é muito grande, mas a nossa luta é maior.
Vamos até o fim”, afirma Edilson Bolinha.
No dia 11 de março deste ano foi realizada a primeira reunião para levar o assunto adiante com a presença do deputado estadual Odacy Amorim (PT), autor do projeto de emancipalção, e que contou com a participação de diversas lideranças comunitárias, além do padre Luiz Telmo, entusiasta da proposta.
Um dos membros do grupo, o comerciante Marcelo Torres afirma que já está “mais do que na hora de Cavaleiro ser emancipado”, uma vez que, segundo diz, a dependência da sede Jaboatão dos Guararapes ocasiona total abandono, com precariedade nos serviços de saneamento básico, saúde, coleta de lixo e outros essenciais. “A única policlínica daqui está fechada.
Isso é uma verdadeira vergonha e um sofrimento imenso para o povo que precisa se deslocar grandes distâncias para ter acesso a um médico e a medicamentos.
Está tudo abandono aqui”.