No Jornal do Commercio deste sábado SÃO PAULO - Construído em 21 capítulos e 363 páginas, Dirceu (Editora Record), do jornalista Otávio Cabral, passa a limpo a vida do advogado José Dirceu de Oliveira e Silva, 67 anos, ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, em uma biografia não autorizada.
Ele relata a aventura estudantil nos anos 1960, a prisão em Ibiúna, o exílio em Cuba e o retorno ao País na clandestinidade e com nariz que teria alterado por uma plástica, até os dias de glória e poder no Palácio do Planalto e a condenação no processo do mensalão.
Cabral entrevistou 63 pessoas que conviveram com Dirceu desde a infância em Passa Quatro (MG) até o desfecho da ação penal 470, no Supremo Tribunal Federal (STF), que o condenou a 10 anos e 10 meses de prisão.
No capítulo Sobrevivente do massacre dos guerrilheiros, detalhes de como o sr.
Hoffmann, argentino - na verdade, Dirceu em sua terceira identidade, na volta ao Brasil -, participaria da criação do Movimento de Libertação Nacional (Molipo), um grupo de guerrilha urbana e rural. “Andava armado, encontrava clandestinamente os companheiros, fazia levantamento de alvos a serem assaltados e viajava para levar armas, dinheiro e informações para membros da organização espalhados pelo país”, relata o autor, editor da revista Veja.
Dirceu mostra que a primeira ação de que ele participou foi um assalto a um cartório em Santo André, no ABC paulista, em 16 de julho de 1971. À página 88, menção a documentos do antigo 2º Exército, disponíveis no Arquivo Público do Estado de São Paulo, que apontam Dirceu como “um dos responsáveis por um caso bem mais grave, a morte de um sargento da Polícia Militar na Rua Colina da Glória, no Cambuci, a 19 de janeiro de 1972”. “Não há inquérito sobre esse crime envolvendo Dirceu”, ressalva o livro.