Por Terezinha Nunes, deputada estadual pelo PSDB Cordato, o senador Armando Monteiro Neto, demorou a se firmar na política por ter aversão ao habitual jogo de cintura, muito comum entre os políticos tradicionais.
Não é de levar desaforo para casa.
Diz o que pensa, embora em alguns momentos – não muitos – possa exercitar o jogo da paciência.
Uma paciência, porém, que tem limite, como dia e hora para começar e para terminar.
Esta semana, o senador, que já se movimenta há muito tempo nos bastidores para se firmar como candidato a governador, resolveu abrir o verbo em meio às incertezas do quadro político e, em alto e bom som, declarou em entrevista à imprensa do sudeste que não vai aceitar que o PSB empurre, de goela abaixo, na Frente Popular, um candidato à sucessão do governador Eduardo Campos.
Cansado de ouvir, de diversos políticos de todos os partidos, que o governador estaria inclinado a apoiar única e exclusivamente um nome que seja oriundo do PSB – o que o excluiria da disputa – Armando afirmou “quero saber até que ponto existem nessa aliança parceiros ou partidos de duas classes”.
Uma maneira cristalina de mandar o seguinte recado aos governistas: não deseja apoiar um candidato apenas porque ele vem do PSB.
Embora ainda possa recuar na sua pretensão de disputar o governo em 2014, o senador petebista tem demonstrado, porém, que desistir não está, por enquanto, em seu calendário.
A todos com quem tem conversado vem demonstrando que disputa o pleito, de preferência, ao lado do atual governador.
Se isso não for possível, buscará outro caminho.
Como não pretende, pelo menos por enquanto, buscar abrigo na oposição, Armando abriu já faz tempo um canal de comunicação com o PT e hoje circula, na bolsa de apostas, como passível de se aliar dos petistas, caso aconteça o esperado rompimemto entre o Partido dos Trabalhadores e o PSB.
Aliados seus juram, de pés juntos, que ele já esteve com o ex-presidente Lula e que o PT costura a formação de uma forte chapa estadual para enfrentar uma possível candidatura de Eduardo a presidente tendo, ele, Armando, como candidato a governador e o ministro Fernando Bezerra Coelho como candidato a senador.
Nesta composição, o vice seria o deputado federal João Paulo.
Oito em cada dez deputados estaduais apostam que uma chapa dessa dimensão poderia deixar o governador Eduardo Campo em maus lençóis para eleger seu sucessor.
Outros imaginam que o PT , com esta ameaça velada, joga na possibilidade de Eduardo, diante de tamanha dificuldade, vir a desistir de disputar a eleição de 2014.
Verdade ou não, uma certeza, porém, existe hoje: Armando passou a ser a maior pedra no sapato de Eduardo depois do ministro Fernando Bezerra.
O senador já demonstrou, em outras ocasiões, que é osso duro de roer e não tem medo de enfrentar tempestades.
Nem de ficar na oposição.
No governo Jarbas, ainda quando o governador tinha altos índices de popularidade, ele se aliar ao G-4 e rompeu com o Palácio do Campo das Princesas.
Afastou-se da administração de João da Costa e não tem teve quem o fizesse recuar disso.
Agora fará o mesmo?
Não é impossível, é o que comentam quase todos na classe política pernambucana.
Não se sabe se Armando agiria com todo este ímpeto se o governador não estivesse ameaçando enfrentar o PT e o PT, em represália, mostrando disposição para quebrar todas as lanças possíveis objetivando armar o palanque pernambucano da presidente Dilma Rousseff.
O fato, porém, é que a situação existe e o senador está pondo na mesa as suas armas.
Se for o candidato a governador do Palácio do Campo das Princesas, apóia a candidatura de Eduardo a Presidente.
Senão buscará o outro caminho da aliança hoje governista que é o palanque da reeleição da presidente Dilma.
CURTAS Ferro – O deputado federal Fernando Ferro que assistiu, calado, ao desmonte da Chesf, agora que a empresa anuncia um plano de demissão violuntária, se mobiliza para fazer uma audiência pública na Câmara Federal sobre o assunto.
Tempo perdido.
A decisao já está tomada e é do conhecimento da presidente Dilma.
Serão demitidos 2 mil funcionários da estatal.
Armando em ação – Já é patente na Assembléia Legislativa o trabalho de formiguinha dos partidários do senador Armando Neto em busca de apoio de outros partidos à postulação do senador.
Embora ninguém se declare disposto a cerrar fileirras com o PTB neste momento nas entrelinhas vários deputados já defendem abertamente este caminho.
Calada – A bancada do PT na Assembléia Legislativa está muda há muito tempo.
Nem defende e nem ataca o governador Ediuardo Campos.
Muitos deputados até evitam frequentar a tribuna dando preferência às viagens para o interior com o objetivo de garantir o apoio de prefeitos e vereadores em 2014.