Dezoito pessoas estão impedindo a chegada da água da Adutora do Pajeú para mais de 100 mil famílias dos municípios de Calumbi, Flores, Carnaíba, Triunfo e Afogados da Ingazeira.

São proprietários de terras que avançaram suas cercas em área pública, nas margens da PE-320, e estão proibindo o Dnocs de executar a obra.

A legislação diz que 20 metros, de ambos os lados, a partir do eixo central da rodovia, pertence ao DER.

A informação é da Prfeitura de Afogados.

A partir desta quinta-feira (6), os promotores públicos do Pajeú começaram a intimar os proprietários.

A decisão foi tomada em uma reunião ocorrida na quarta (5), na sede do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em Afogados da Ingazeira.

A reunião contou com a presença de sete promotores e dos prefeitos de Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Tuparetama, Tabira, Iguaracy e Ingazeira, além de representantes das Prefeituras de Sertânia e de Flores.

O agravante é que a segunda etapa da obra, que vai beneficiar as populações do Alto Pajeú, está comprometida, uma vez que não será possível, segundo informações da Coordenadora Regional do Dnocs, Rosana Bezerra, fazer a água chegar a Afogados da Ingazeira no próximo dia 1º, como havia anunciado o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.

A reunião foi articulada pelo Presidente da Amupe e prefeito de Afogados, José Patriota (PSB).

Ele demonstrou preocupações também, além do atraso na chegada da água, com os acidentes na PE-320. “Em muitos locais, os proprietários avançaram suas cercas para a beira da pista.

Não há espaço de acostamento e nem rota de fuga em caso de um acidente.

Motoristas podem ser atingidos pelas estacas.

Motoqueiros podem ser degolados pelos arames farpados. É uma questão que tem colocado em risco a vida de quem trafega pela rodovia,” afirmou Patriota.

Há relatos, inclusive, de funcionários do DNOCS teriam sido ameaçados.

A empresa estaria trazendo funcionários de outras regiões para amenizar o conflito.

Na próxima terça-feira (11), o Ministério Público realiza uma audiência com os proprietários de terra para buscar uma solução negociada.

Caso contrário, eles deverão ser acionados criminalmente, e a Polícia Militar será chamada para garantir a retirada das cercas e a continuidade das obras.

Presentes na reunião, o coordenador do Conselho Gestor de Usuários da Barragem de Brotas (Afogados), Padre Luiz Marques; e o Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú, Elias Silva.

Representantes do DNOCS, COMPESA e das empresas executoras da obra (Imobiliária Rocha e Projetec) também se fizeram presentes.