Foto: Aluísio Moreira/divulgação Por Débora Duque, do Jornal do Commercio Sob os olhares do ministro da Integração Fernando Bezerra Coelho, o governador Eduardo Campos resgatou o discurso de unidade do PSB e também reivindicou o direito de a legenda de conduzir o debate sobre a possibilidade de lançar uma candidatura própria na eleição presidencial.

Sem citar nomes, ele classificou como truculenta a pressão exercida por algumas siglas para que o PSB decida, desde já, a posição que adotará em 2014. “Por que o PSB não tem o direito (de discutir candidatura própria)?

Por que temos que definir amanhã?

Por que essa truculência?

Isso é um direito democrático.

Podemos fazer esse debate e, no momento em que o PSB entender ser correto, vamos consultar os fóruns partidários e discutir”, disse Eduardo, demonstrando irritação.

Indagado sobre as últimas manifestações de Bezerra Coelho em favor do apoio do PSB à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), Eduardo tratou com naturalidade a divergência interna.

Disse que no momento certo o partido vai tomar uma posição e todos seguirão. “Unidade não quer dizer que todo mundo está de acordo sobre tudo.

Existe no PSB quem defenda candidatura própria, quem defenda ficar com Dilma e outras coisas também.

Quando tirarmos uma posição todos vão ficar juntos, os que ganharem e os que perderem”, disse, sob o olhar silencioso de Bezerra.

Como exemplo de unidade partidária, Eduardo citou a eleição de 2010, quando o PSB rifou a postulação do ex-ministro Ciro Gomes para apoiar Dilma.

No segundo turno, Ciro coordenou a campanha da petista.

Hoje, ao lado dos governadores Camilo Capiberibe (AM) e Renato Casagrande (ES), ele integra o grupo dos socialistas que defendem, publicamente, a manutenção do apoio à petista.

Eduardo, no entanto, minimizou o impacto dessas dissidências. “Conheço o partido.

Estou nele há mais de 20 anos.

Sei como ele funciona e como vai ser tranquilo esse processo.

Falo com essas pessoas diariamente”, afirmou.

Novamente sem citar nomes, o governador disse que a altivez do PSB no debate presidencial incomoda algumas legendas. “Isso faz com que alguns queiram interferir na vida de outros partidos.

Não funcionamos assim.

Aliás, rejeitamos essa cultura”.

REUNIÃO - Eduardo recebeu convocação para participar, amanhã, de uma reunião com a ministra Gleisi Hoffman.

Na pauta, o esquema de segurança dos Estados do Nordeste que sediarão jogos da Copa das Confederações.