No Jornal do Commercio desta quarta-feira BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que não houve conversa sobre as relações tensas entre PMDB e governo e que as discussões no encontro de mais de duas horas com a presidente Dilma Rousseff, no Planalto, na noite da última segunda-feira (3), foram apenas institucionais. “Está tudo em paz porque nós não estávamos lá como representantes do PMDB”, declarou o senador, deixando nas entrelinhas que a situação partidária realmente é muito complexa. “Esta foi uma conversa institucional.
O que estava em discussão era a necessidade de harmonizarmos cada vez mais as relações entre os Poderes da República”, avisou Renan, lembrando que Henrique Eduardo Alves, o próprio senador e Michel Temer estavam lá como presidentes da Câmara, do Senado e do Congresso e o vice-presidente, respectivamente. “Foi uma conversa muito boa”, completou.
Leia também: Planalto deve liberar R$ 1,5 bilhão para acalmar base aliada Já as lideranças do PT e do PMDB na Câmara dos Deputados, Casa apontada como maior foco de tensão entre o Legislativo e o Palácio do Planalto nas últimas semanas, avaliaram como positiva a reunião da cúpula do PMDB com a presidente Dilma Rousseff.
Os deputados acreditam que Dilma deu o “pontapé inicial” no processo de recomposição da base, sobretudo na Câmara. “É uma sinal positivo para a base aqui no Congresso”, opinou o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE).
O petista definiu o encontro de Dilma com os peemedebistas como “um bom recomeço”. “A presidente entende que a relação com o PMDB precisa ser aprimorada.
Há de se dialogar, sobretudo com a bancada dos deputados.
A relação não pode ser só com os dois presidentes (Renan e Alves)”, ponderou o petista.
Embora não tenha participado do encontro, o líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), que já foi apontado pelo governo como “foco da discórdia” na base, negou que o teor da conversa tenha envolvido a relação com o seu partido e sim a manutenção da “relação institucional” entre os Poderes. “Existem problemas que têm de ser rebatidos. (A conversa) é a continuidade de um debate que não deveria parar nunca”, observou.
Para Cunha, o diálogo “ajuda a distensionar as relações e melhorar a produtividade nas Casas”. “Acho que foi uma evolução do debate que aconteceu nas últimas semanas sobre alguns equívocos e formas de evitá-los.
Acho que foi promissor”, emendou o parlamentar peemedebista.