Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), que representa 98% de todos os operadores metroferroviários de passageiros do Brasil, divulgou nesta terça-feira (4), em Brasília, o “Balanço do Setor Metroferroviário 2012/2013”.

O estudo mostra que mais passageiros estão sendo transportados sobre trilhos, porém, o crescimento da malha ferroviária para trens e metrôs é inferior à demanda de passageiros.

Em coletiva à imprensa, o presidente do Conselho da Associação, Joubert Fortes Flores Filho, também avaliou os projetos de mobilidade sobre trilhos que estão sendo desenvolvidos para atender a demanda a ser provocada pelos jogos da Copa do Mundo de 2014.

Embora apenas dois dos projetos – entre cinco prioritários – ainda tenham poucas chances de ser concluídos a tempo da Copa (o Veículo Leve sobre Trilhos de Fortaleza - CE e o de Cuiabá - MT), o dirigente acredita que haverá condições de transportar no ano que vem todo o público demandante durante a competição.

Veja algumas constatações do estudo: - O Brasil transportou em trens e metrôs 2,6 bilhões passageiros em 2012.

Esse total representa um crescimento de 8% em relação ao ano de 2011.

A previsão para 2013 é de que esse número seja 10% superior; - Trens e metrôs transportaram, em 2012, 9 milhões de passageiros diariamente, um crescimento de 3,8% em relação ao número de passageiros diários que utilizavam os sistemas em 2011; - O crescimento da malha ferroviária de passageiros não acompanhou o crescimento da demanda.

Nenhum novo sistema de transporte de passageiros sobre trilhos foi implantado no Brasil desde 2010.

O aumento inexpressivo da rede foi de apenas 3,2% em 2012, em comparação com 2011; - Isso demonstra que o setor transporta uma quantidade de usuários no limite de sua capacidade o que, por consequência, explica os altos níveis de lotação dos principais sistemas.

O sistema de transporte sobre trilhos não contribuiu, em 2012, para o aumento da inclusão social daqueles que ainda hoje não têm acesso a um sistema de transporte de qualidade.

A participação do sistema sobre trilhos ocupa apenas 3,8% de participação na matriz de transporte urbano.

Segundo a ANPTrilhos, é necessário ampliar os investimentos nesse setor; - O País continua com 15 sistemas urbanos de transporte de passageiros sobre trilhos, implantados em 11 Estados.

Atualmente, esses sistemas cobrem menos do que 45% dos Estados Brasileiros; - O sistema de transporte de passageiros sobre trilhos totalizou em 2012 1.028 km de extensão, divididos em 38 linhas, 491 estações e uma frota de 3919 carros; - Entre 2011 e 2012 também não houve investimentos significativos na acessibilidade do cidadão.

Se for considerada a linha Sul do metrô de Fortaleza, inaugurada em junho/2012, verifica-se que apenas essa nova linha entrou em operação, com suas 20 estações e mais 4 estações foram inauguradas em outras linhas existentes; - Apesar do aumento da rede de 3,2% em 2012, o consumo energético permaneceu praticamente o mesmo de 2011 (1,8 GWH), representando cerca de 0,5% do consumo total energético do País – isso demonstra um claro esforço do setor para aumentar sua eficiência energética.

Diversas operadoras investiram na modernização de seus sistemas e de sua frota; - Para efeito de comparação, considerando os padrões dos diversos sistemas de transporte no mundo, os sistemas sobre trilhos chegam a emitir cerca de 60% menos gases de efeito estufa (GEE) que os automóveis e 40% menos que os ônibus; - Outra comparação é sobre a capacidade de transporte de passageiros: uma única linha implantada de metrô, por exemplo, é capaz de transportar cerca de 60 mil passageiros por hora/sentido.

Já, o automóvel e o ônibus têm capacidade de apenas 1,8 mil e 5,4 mil passageiros, respectivamente; - Dessa forma, nos centros urbanos onde há sistemas metroferroviários de passageiros implantados, há cerca de 1 milhão de automóveis e mais de 14.000 ônibus fora de circulação por dia, com benefícios diretos e indiretos ao trânsito, emissão de gases, entre outros, como redução do tempo de deslocamento da população e do consumo de combustíveis e também de acidentes no trânsito.