A conversa com a imprensa foi durante a assinatura de ordem de serviço para reforma no anexo do Hospital do Câncer de Pernabuco (Foto: BlogImagem) Durante a cerimônia em que assinou ordem de serviço para reforma do anexo do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), fez duras críticas à ação conjunta de laboratórios e distribuidores de medicamentos para boicotar licitações de compra dos governos estaduais e federal. “Nós temos feito sistematicamente esse enfrentamento.
Nos articulamos com o poder Judiciário, há uns quatro anos, audiência spúblicas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre toda essa rota de medicamentos”, afirmou Eduardo, lembrando ainda a mobilização e articulação entre os secretários de Saúde dos estados do Nordeste, junto com o Ministério da Saúde.
O boicote aos editais de licitação deixa a rede pública sem muitos medicamentos necessários.
Para tentar driblar a falta de medicamentos necessários a muitos pacientes, juízes acabam concedendo decisões para compra dos remédios, sem licitação. “Muitas pessoas fazem esse jogo arquitetado para drenar recursos públicos.
E muitos juízes sem formação em saúde concedem decisões judiciais para tentar ajudar as pessoas.
Só em Pernambuco essas decisões liberam R$ 50 milhões ou R$ 60 milhões por ano.
Em São Paulo é meio bilhão”, se queixou o governador, lembrando ainda que alguns medicamentos sequer foram registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), se encontrando em fase de pesquisa pós-clínica.
O governador pernambucano também engrossou o tom contra a ação das empresas. “Essa atitude é criminosa, irresposável”, disparou. “Esse tipo de cartel agride a Legislação Brasileira e deve ser enfrentado pelo poder público”.
E pediu punição para estes, classificando como “jogo de bandido” a articulação. “Agora tem gente muito forte, muita gente poderosa, com estrutura forte por trás.
E precisam ser enfrentados”, sugeriu, pedindo ainda uma ação “solidária”, articulada entre os governos estaduais e a União.
Ele classificou também o ato como “jogo sujo” e disse que a atitude coloca a vida de pessoas em risco.