O ar pacato típico das cidades de interior se dissipou em Água Preta, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, na última terça-feira (27), pela realização de uma nova eleição no município.

O clima é de agitação com a novidade e ansiedade para saber as chapas que se formarão.

Por lá, a polarização é entre os grupos de Armando Souto (PDT) e Eduardo Coutinho (PSB), que disputaram os votos no pleito de outubro.

Eleitor do pedetista, o pedreiro Marcelino Alves, 53 anos, achou justo a realização de nova eleição. “A Justiça tem que ser feita.

Armando ganhou.

Como é que a pessoa ganha e não pode assumir?”, incita.

Com 52,75% dos votos, Armando venceu a disputa passada, mas teve o registro de candidatura cassado porque o próprio partido questionou a coligação formada pelo pedetista.

Por decisão liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE), quem está no comando do Poder Executivo local é Eduardo Coutinho, segundo colocado na eleição.

Quando política entra no assunto da conversa, pessoas se aproximam em busca de mais informações, para opinar e sair em defesa do seu candidato.

Foi o que aconteceu quando a reportagem conversava com o morador Luiz Damião, 67 anos.

Enquanto ele contava que está do lado de Eduardo Coutinho um transeunte saiu no aparte e defendeu o governo do socialista. “Eu sempre voto no 40, que é o partido do governador. É sempre o 40 que ajuda a gente”, lembra Luiz Damião.

O curioso é que alguns eleitores de Eduardo Coutinho estão descrentes na vitória do grupo do socialista.

Em reserva, eles comentam que acreditam que o bloco de Armando Souto vencerá.

Os moradores pedem sigilo porque temem perder a ajuda que ganham dos grupos políticos da região.

Algumas pessoas entrevistadas preferiram nem dizer o nome. “Preciso de emprego e dependo de quem vencer a eleição”, explicou uma jovem.