O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, o tucano Elias Gomes, decidiu se posicionar a favor da importação de médicos estrangeiros para os quadros do Sistema Único de Saúde (SUS).
O tema polêmico tem oposto lideranças do Governo Federal e sindicatos de médicos pelo País.
Elias Gomes, todavia, não vê males.
Ele lembra que a presença de estrangeiros nos quadros da Saúde não é novidade.
Recordando o período em que foi prefeito do Cabo de Santo Agostinho, no final da década de 1990, ele lembra que médicos cubanos foram recebidos com alegria pela população do município. “A experiência foi muito positiva”, apoiando publicamente a proposta do Governo Federal de importar médicos de Cuba, Portugal e Espanha como forma de suprir a carência nas cidades interioranas.
Enfrentando dificuldades na contratação de médicos desde aquela época, Elias Gomes não hesitou na contratação de profissionais graduados na ilha de Fidel Castro. “Eles foram muito importantes, pois tínhamos dificuldades na contratação de profissionais para os bairros periféricos, o que nos faz apoiar a iniciativa do ministro da Saúde em trazer profissionais médicos de outros países”, reforça Elias Gomes.
Elias Gomes explica que os cubanos haviam desenvolvido um avançado modelo de atenção básica à saúde que recebera o reconhecimento de diversos organismos internacionais.
Os profissionais eram contratados através da Embaixada de Cuba no Brasil.
Eles chegaram ao Cabo de Santo Agostinho entre 1977 e 1978. “Pelo bom trabalho desenvolvido, muitos deles ainda atuam em cidades do interior, servindo ao povo pernambucano”, diz, acrescentando que a presença deles e de profissionais de outros países pode funcionar para regular o mercado. “A importação dos médicos cessará no momento em que a oferta de médicos brasileiros atender a nossa demanda”, diz o tucano, chamando atenção também para o corporativismo da classe médica, apontando que a importação também é uma maneira de combater a reserva de mercado.
A contratação de médicos estrangeiros é praticada em países desenvolvidos como o Canadá, Inglaterra e Austrália.
Nesses países, a presença deles chega a 24%, 27% e 30%, respectivamente, enquanto no Brasil o contingente de médicos formados em universidades de outros países não chega a 2%.
O prefeito de Jaboatão, no entanto, critica a decisão do Ministério da Educação de suspender o licenciamento de novos cursos de medicina. “Ora, se o Governo Federal reconhece a necessidade de profissionais e se mobiliza para importar médicos, porque não autorizar novos cursos em entidades que comprovadamente estão capacitadas para o ensino?”, indaga.
E não perde a oportunidade de puxar a sardinha para o seu lado, pedindo liberação da Faculdade dos Guararapes para, em Jaboatão, para lecionar o curso.