No Globo RECIFE E BRASÍLIA - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), negou nesta terça-feira que tenha diminuído o ritmo de conversas com políticos de todos os partidos e desacelerado as viagens pelo país, que servem para construir sua candidatura à Presidência em 2014. — Pelo contrário, meu pé continua no acelerador, e lá no canto — afirmou.

A despeito das declarações contrárias à sua candidatura de três dos seis governadores do PSB, Campos continua se articulando e, segundo interlocutores próximos, tem mandado avisos de que não houve nem haverá recuo de sua parte.

O comportamento dos governadores do PSB seria uma forma de evitar prejuízos às suas gestões nos estados, à exceção do governador do Ceará, Cid Gomes, que já declarou que estará com a presidente Dilma Rousseff.

Pressionados pelo Palácio do Planalto e de pires na mão à espera de compensações financeiras, por meio do BNDES, três governadores do PSB — Renato Casagrande (ES), Wilson Martins (PI) e Ricardo Coutinho (PB) — se reuniram há 15 dias com Eduardo Campos, quando, segundo relatos dos participantes, traçaram uma estratégia de não esticar a corda em defesa de sua pré-candidatura.

O governador Camilo Capiberibe (AP) e Cid Gomes não participaram desta reunião.

Seria dentro dessa estratégia que, recentemente, Capiberibe e Casagrande manifestaram que o melhor, no momento, é apoiar a reeleição de Dilma. — Se for para ganhar um dinheirinho a mais para seus estados e tiverem que dar uma declaração não muito boa para mim, está valendo — teria dito Campos aos governadores. — Vocês podem dizer o que quiserem agora.

Mas quando o partido decidir, têm que apoiar a decisão.

O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, diz que, com exceção de Cid Gomes, considerado “um caso perdido”, os demais governadores são parceiros fiéis do governador pernambucano. — Não há nada que nos preocupe.

A candidatura continua e vai continuar firme.

Eduardo Campos tem conversado diariamente com os governadores do partido e na hora certa, em 2014, vamos falar da eleição — disse Siqueira.

O governador Wilson Martins (PI) é o único, segundo Campos, que não está com a corda no pescoço, porque conseguiu um empréstimo do BID.

Até março, ele defendia que Dilma e Eduardo estivessem juntos em 2014, mas mudou: — O PSB não pode abrir mão de querer ter uma candidatura a presidente.

Se vai ter, não sei.

Mas não temos duplicata assinada com o PT para apoiar Dilma em 2014 — disse Martins.