No Jornal do Commercio desta quarta-feira SÃO PAULO - O Ministério Público Federal em São Paulo disse ontem que o governo negou informações sobre a sindicância aberta contra Rosemary de Noronha, ex-chefe no escritório da Presidência em São Paulo, demitida após suspeitas levantadas pela Operação Porto Seguro.

Rosemary é alvo de investigação sobre seu envolvimento em um esquema de corrupção e tráfico de influência no governo.

Paralelamente à investigação criminal, o governo abriu uma sindicância para apurar a conduta da ex-servidora, nomeada ainda durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia 24 de abril, o procurador José Roberto Pimenta Oliveira pediu ao gabinete da presidente Dilma Rousseff os documentos da sindicância interna feita sobre a ex-assessora.

Ao responder o pedido, a Casa Civil informou que o chefe do gabinete pessoal da Presidência da República não tem competência para prestar a informação requisitada.

A Casa Civil ainda lembrou que a lei que regulamenta o funcionamento do Ministério Público determina que pedidos feitos ao presidente devem ser feito através do procurador-geral.

Procurada pela reportagem, a Casa Civil não respondeu aos questionamentos.

A Procuradoria afirma que, por causa da recusa, tomará “as providências cabíveis, sendo certo que a mesma constitui um sério obstáculo ao pleno conhecimento dos ilícitos praticados por Rosemary”.

Segundo o Ministério Público, o procurador que conduz o caso ficou sabendo da sindicância por meio da imprensa.

Além de Rosemary Noronha, outras 23 pessoas foram denunciadas no caso.

A Justiça Federal já decretou o bloqueio de R$ 19 milhões de dez funcionários públicos investigados na Porto Seguro.

Rose Noronha responde pelos crimes de falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha, acusada de atuar em favor do ex-senador Gilberto Miranda para que ele mantivesse o direito de utilizar duas ilhas no litoral de São Paulo.

Deve ser pedido o bloqueio de bens de Rose.

De acordo com a investigação da Polícia Federal que resultou na Operação Porto Seguro, a ex-chefe de gabinete recebeu vantagens para ajudar Miranda.

O advogado da ex-chefe de gabinete não foi localizado.