Por Thiago Wagner, do Blog do Torcedor Em coletiva na manhã desta segunda-feira, em um hotel, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, o Consórcio Odebrecht, responsável pela obra da Arena Pernambuco, confirmou a parceria com o Grupo Petrópolis, segunda maior companhia cervejeira do País, para cessão do nome do estádio localizado em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife.
A partir de agora a arena se chamará Itaipava Arena Pernambuco.
O modelo de patrocínio é chamado naming rights e é utilizado ao redor do mundo em locais como a Allianz Arena, estádio do Bayern de Munique, da Alemanha.
Este é o segundo estádio de Copa do Mundo que o grupo Petrópolis adquiriu os direitos de explorar o nome.
O primeiro foi a Fonte Nova, na Bahia.
O estádio baiano se chama Itaipava Arena Fonte Nova.
O objetivo de adquirir o nome de dois estádios nordestinos tem um sentido.
A Petrópolis quer ampliar o mercado na região.
Quer passar dos atuais 0,5% para 15% em dois anos.
O fato curioso é que um grupo cervejeiro irá patrocinar uma arena de futebol em um estado em que o consumo de bebidas alcoólicas é proibido dentro dos estádios.
O veto, porém, não assusta os novos investidores.
O argumento é que há outras maneiras de explorar a marca sem ser através de uma partida de futebol. “Temos outros produtos e vamos investir na geração de conteúdo”, disse o diretor de mercado do grupo, Douglas Costa, lembrando que durante eventos como shows, por exemplo, será permitido o consumo de bebidas alcoólicas.
O diretor de mercado aproveitou o momento em que se falava da proibição do álcool nos estádios para alfinetar meio que sem querer (ou não) a lei em vigor sobre o assunto. “É uma decisão muito mais política que traz problemas na gestão de torcidas, pois o torcedor fica bebendo muito até o último momento de entrar no local do evento.
Há também o contrabando de bebidas para dentro”, declarou.
O veto do uso da marca Itaipava durantes os dois eventos Fifa (Copa das Confederações e Copa do Mundo) também não inibe o grupo Petrópolis. “A Copa do Mundo dura um mês.
Temos dez anos para explorar o estádio”, afirmou Costa.
Todo o espaço de publicidade externo foi cedido ao grupo, enquanto que 60% do espaço interno foi adquirido.
A Petrópolis irá explorar a arena comercialmente durante dez anos em um contrato no valor de R$ 100 milhões.
A única exceção de utilização da marca Itaipava será durante a Copa das Confederações deste ano e a Copa do Mundo do ano que vem.
Devido a isso, há toda uma estratégia de colocação das marcas neste momento para que não entre em conflito com os patrocinadores da Fifa, principalmente a Budweiser.
Além de patrocinar o estádio em São Lourenço da Mata, o Grupo Petrópolis também estuda a possibilidade de ampliar o investimento para os campeonatos na Bahia e em Pernambuco assim como os clubes dos dois estados ARENA - A venda do naming rights foi vista com bons olhos para a Odebrecht.
Segundo o presidente da Itaipava Arena Pernambuco, Sinval Andrade, é um sinal de que o investimento vai ser sustentável. “Estamos dando um passo importante para a operação do estádio”, explicou.
O naming rights é apenas um dos quatro grandes pacotes de publicidade que a Arena Pernambuco possui.
Há ainda outros espaços menores para serem vendidos.