Os membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) realizam, nesta quinta-feira (16), a partir das 9h, sessão pública para ouvir os ex-presos políticos Edival Nunes da Silva, o “Cajá”, e José Nivaldo Júnior.
A partir das ouvidas, a CEMVDHC pretende esclarecer as circunstâncias das mortes dos militantes Amaro Luís de Carvalho, o ““Capivara”, aos 40 anos; Manoel Aleixo da Silva, 41; Emanuel Bezerra dos Santos, 30; Manoel Lisboa de Moura, 29; e o desaparecimento de Amaro Félix Pereira, 43.
O evento é aberto ao público e acontece na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), no campus UFPE, Cidade Universitária.
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Comissão da Verdade aponta autores materiais da morte do Padre Henrique “Dos depoimentos ouvidos até agora há muitas contradições sobre os episódios de morte e sumiço destes integrantes do PCR” diz a relatora Socorro Ferraz. “Claudio Guerra, quando ouvido nesta Comissão, declarou ter vindo a Pernambuco para matar Manoel Aleixo e descreve esta circunstância.
A narrativa está em desacordo com o inquérito instaurado pela própria polícia e com testemunho de companheiros de Aleixo, que o viram na prisão”.
Os relatores destes casos são: Socorro Ferraz, Henrique Mariano, Humberto Vieira de Mello e Áureo Bradley.
A reunião é presidida pelo coordenador, Fernando Coelho.
A versão oficial dá conta que Amaro Luís de Carvalho foi encontrado morto por envenenamento, na Casa de Detenção do Recife, em 1971, quando estava terminando de cumprir a pena.
Manoel Aleixo teria sido morto em tiroteio com a polícia, no interior de Pernambuco. É reconhecido pelo delegado Claudio Guerra como uma de suas vítimas.
Emanuel Bezerra dos Santos e Manoel Lisboa teriam participado, em 29 de agosto de 1973, de troca de tiros com policiais no Largo de Moema, em São Paulo, e sido mortos.
Há informações, não confirmadas, de que a dupla teria sido presos no Recife e levados para São Paulo por Luiz Miranda, sendo entregues a Fleury, que montou todo cenário para encobrir a morte dos dirigentes sob tortura no DOI-CODI do estado; Amaro Félix Pereira - uma certidão fornecida pela ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), em 2005, declara que ele foi libertado em 24 de novembro de 1970.
No entanto, não há registro de outra prisão e não voltou para casa nem foi visto em outro lugar.
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