A deputada Terezinha Nunes (PSDB) abriu discussão na Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (13), sobre a possibilidade de Olinda perder o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco) há 30 anos.

Para Terezinha, a sociedade pernambucana, não só os olindenses, precisa se organizar e cobrar da administração pública ações que efetivamente ofereçam manutenção e preservação do Sítio Histórico.

Durante a audiência, a deputada destacou que o debate foi solicitado com o objetivo de procurar soluções para a melhor conservação do patrimônio histórico e cultural, a fim de que no futuro não haja motivos que levem a cidade perder a titulação. “Podemos atuar junto aos governos federal e estadual para que cidades patrimoniais tenham um aporte de recursos maior do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para investir no Fundo de Preservação do Patrimônio desses muncípios.” A possibilidade de Olinda perde o título foi levantada recentemente com exclusividade no Blog de Jamildo e provocou preocupação nos pernambucanos, ganhando as páginas dos jornais a partir de denúncia do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO).

De acordo com o órgão, há registros de descaso com a preservação dos prédios públicos, casarios e construções seculares, situação que vem se arrastando desde 2006.

Outro ponto apresentado na audiência foi referente à questão da educação patrimonial, que deve ser levada às escolas, mas também abordada em campanhas educativas junto às comunidades.

Para o presidente da Associação Olindense de Defesa da Cidade Alta (Sodeca), Edmilson Cordeiro, a situação da cidade é mesmo preocupante e o relatório do MPCO mostra vários pontos que preocupam os moradores, como a ineficiência da coleta de lixo.

O secretário de Patrimônio e Cultura de Olinda, Lucilo Varejão, contestou a notícia publicada nos jornais, afirmando que parte dos problemas apresentados pelo MPCO vem sendo resolvido.

Todavia reconheceu que há cobranças que são difíceis de solucionar a curto prazo, como a questão de segurança pública. “Muitos moradores têm instalado grades nas portas das suas casas, por conta da violência, o que tem provocado a descaracterização das fachadas dos imóveis”, expôs o secretário.