Da Agência Estado O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, defendeu nesta quinta-feira a execução da pena imposta ao ex-deputado José Tatico, condenado a sete anos de prisão, logo depois do julgamento dos primeiros embargos de declaração.

Se esse entendimento for transposto para o caso do mensalão, Barbosa pode defender a prisão dos réus antes do trânsito em julgado do processo, logo após o julgamento dos 25 embargos de declaração.

No caso julgado nesta quinta-feira em plenário, os embargos à condenação de Tatico foram classificados como protelatórios por Barbosa.

Ele argumentou que a defesa do ex-deputado pretendia rediscutir no recurso pontos já debatidos pelos ministros ao longo do processo.

Além disso, como o ex-deputado foi condenado de forma unânime, não poderia pedir novo julgamento por meio de embargos infringentes.

No caso do mensalão, algumas das condenações ainda podem ser mudadas se o tribunal aceitar os embargos infringentes.

Nesse caso, os ministros teriam de julgar novamente as acusações contra réus que foram condenados mesmo com os votos de quatro ministros pela absolvição.

A tese encampada por Joaquim Barbosa no caso de Tatico enfrentará resistência por parte dos ministros do tribunal.

Alguns integrantes da Corte adiantaram, reservadamente, que a prisão só ocorreria após o trânsito em julgado.

Neste caso, teriam de encerrar o julgamento dos embargos e aguardar o encerramento do prazo para saber se a defesa do ex-deputado ainda contestaria alguma eventual omissão ou contradição do acórdão.

O julgamento do recurso de Tatico foi suspenso nesta quinta por um pedido de vista do ministro Teori Zavascki.

No embargo, Tatico tenta extinguir a punição que lhe foi imposta.

Depois de condenado, ele pagou o que devia à União, dívida que gerou sua condenação pelos crimes de apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição previdenciária.

Tatico argumentou ainda que completou 70 anos de idade antes do trânsito em julgado da ação.

Por isso, o prazo de prescrição do processo deveria cair pela metade.

Assim, sua pena já estaria prescrita.

Os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux e Marco Aurélio votaram a favor de Tatico.

Do outro lado, Ayres Britto, Barbosa, Cármen Lúcia e Rosa Weber rejeitavam o recurso.

Zavascki chegou a votar contra, mas pediu vista para analisar novamente um ponto do processo.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.