Por Carlos Veras, presidente da CUT-PE O Estado de Pernambuco é o que mais cresce no Brasil e, também, o que mais concentra investimentos industriais, apresentando uma série de problemas de ordem social e trabalhista que cabe aos trabalhadores organizados enfrentar ao lado do governo e dos empresários.

Nós da CUT-PE vamos ampliar essa discussão sobre as perspectivas de futuro da classe trabalhadora de forma integrada, com uma plataforma de desenvolvimento com equilíbrio e distribuição de renda. É inegável que Pernambuco se destaca no cenário nacional, como um dos maiores centros de desenvolvimento econômico do Brasil, sendo apontado com a “China brasileira”, porque apresenta um crescimento rápido e consistente em relação às demais regiões.

O desempenho pernambucano referente aos números do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado de 2012 foi mais uma vez maior que o do Brasil, como vem acontecendo nos últimos anos.

A indústria cresceu 3,7%, alavancada pelo bom desempenho da construção civil com 3% de aumento no ano.

Apesar do desempenho positivo, o índice estadual é menor que os 3,5% previstos durante a divulgação do 3º trimestre pela agência, que revisou os 5% anunciados no começo de 2012 Ainda assim, crescemos mais que o dobro do Brasil e, certamente, nossa desempenho não foi melhor por causa da seca que atingiu a agropecuária e continua trazendo inúmeros problemas e prejuízos para os pequenos agricultores familiares, Todavia, o bom desempenho da economia estadual ainda não se refletiu diretamente nos salários, nas condições de trabalho para os trabalhadores.

Temos desafios históricos no Brasil e, sobretudo em Pernambuco.

O pais cresceu economicamente, mas não distribui qualitativamente.

Quando distribui, não garante cidadania para todos (as)..

Precisamos refletir: a diferença é que o crescimento econômico está ligado a indicadores monetários como inflação, crescimento do PIB, crescimento da produção industrial.

Por outro lado o desenvolvimento econômico relaciona-se com os indicadores sociais como crescimento/diminuição da pobreza, aumento/queda da renda do trabalhador, distribuição de renda.

Se um país apresenta aumento do número de oferta de emprego mas redução do poder aquisitivo do trabalhador pode-se dizer que este país teve crescimento econômico que não foi acompanhado por desenvolvimento econômico.

Em verdade, “transformar crescimento econômico em bem-estar para todos é o grande desafio enfrentado pelos diversos países e suas comunidades, na redução das desigualdades existentes nas sociedades nacionais e entre elas”.

O crescimento econômico deve sempre estar ligado ao desenvolvimento social, igualdade e distribuição de renda, aliado aos investimentos em políticas públicas em áreas como a saúde, educação, lazer, cultura, esportes, para atender as famílias dos trabalhadores (as).

Precisamos unir ainda mais os trabalhadores(as) e os sindicatos que atuam no Complexo Portuário de Suape, para enfrentar os desafios futuros.

Consideramos que unificar as bandeiras de lutas dos sindicatos de trabalhadores do ramo industrial e articular ações coletivas dos metalúrgicos, químicos, petroleiros, construção civil, entre outros, são de fundamental importância para transformamos a realidade..

Vamos todos nos engajar nessa luta, para vencermos a desigualdade social, a fome e miséria social que são flagelos na região em que vivemos.