Foto: Aloísio Moreira/SEI No último domingo (5), a coluna Panorama Político, d’O Globo, afirmou que o comando da candidatura presidencial do senador oposicionista Aécio Neves (PSDB) estaria “com a pulga atrás da orelha” por conta do recolhimento do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB).

O socialista evitou se expor nacionalmente nas últimas semanas.

Agora, a colunista Tereza Cruvinel afirma ter recebido informações fidedignas sobre o que Lula teria dito ao socialista e o que teria provocado o mergulho de Eduardo.

Lula na linha Por Tereza Cruvinel, no seu Blog As explicações dadas nos últimos dias pelos aliados do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para seu recente chá de sumiço deixaram a impressão de que faltava uma informação.

Segundo esses interlocutores, Campos se retraiu para evitar a eleitoralização de todos os seus atos e a hiperexposição de imagem.

E se voltou para as tarefas de governo também porque já começavam a dizer que ele viajava muito.

Tudo isso é razoável, mas o ponto que faltava foi-nos revelado por eminências do próprio PSB: uma mensagem do ex-presidente Lula ao governador, nas vésperas do Primeiro de Maio, também contribuiu muito para a desaceleração de seus movimentos.

A fonte não sabe precisar o meio pelo qual a mensagem chegou ao governador, mas conhece perfeitamente o conteúdo.

Desde que o governador avançou na disposição de concorrer à Presidência em 2014, rompendo a aliança histórica do PSB com o PT, seus aliados afirmam que só uma situação poderia levá-lo a desistir da candidatura: aquela em que o candidato do PT fosse o ex-presidente Lula, e não a presidente Dilma Rousseff.

Campos não seria ingrato para com quem lhe deu todo apoio nos anos recentes, fazendo-o ministro, apoiando a candidatura a governador e propiciando-lhe recursos que ajudaram a garantir o êxito de suas duas gestões em Pernambuco.

Sem dúvida, o governador é bom gestor, mas os investimentos federais no estado contaram muito.

Para além da gratidão, existem também as fortes razões político-eleitorais.

Por maior que seja a popularidade da atual presidente, especialmente no Nordeste, um eventual confronto com Lula ampliaria muito os riscos para qualquer desafiante.

A mensagem que Lula enviou, na semana do Primeiro de Maio, diz o informante do PSB, não foi afirmativa nem ameaçadora.

Ele apenas pediu que Eduardo refletisse mais.

Hoje, Lula teria mandado dizer: ele não é e não deseja ser candidato em 2014.

A opção do PT já está feita por Dilma.

Mas, e se lá na frente surgirem circunstâncias que o obriguem a concorrer?

Iriam se enfrentar?

Depois disso é que Campos teria cancelado a participação na festa do Primeiro de Maio da Força Sindical, depois de ter prometido presença ao deputado Paulo Pereira da Silva, fundador daquela central sindical.

Cancelou também a visita que faria a um órgão de imprensa em São Paulo depois da festa sindical.

De lá para cá, tem se dedicado a visitar o interior de Pernambuco.

Na semana passada, enquanto uma nuvem de políticos, com Dilma e Aécio Neves no destaque, participavam da exposição agropecuária de Uberaba (MG), Campos visitava 16 cidades do agreste.

Esta semana, circulará pelo sertão.

Para quem vinha em altíssima velocidade, a freada foi brusca.

Pode ter sido determinada pelo repentino cuidado com a saturação da imagem.

Entretanto, a incursão de Lula também teve seu peso, garante o socialista que sempre recomendou mais cautela.