Blog Imagem A lider da oposição na Câmara do Recife, vereadora Aline Mariano (PSDB), chamou a atenção para as declarações feitas pelo prefeito Geraldo Julio a respeito do rodízio de carros na cidade. “Geraldo afastou a responsabilidade do Executivo de implantar o rodízio, garantindo que a iniciativa da proposta foi do líder do governo.

No entanto, as versões apresentadas pelo prefeito e pelo secretário vão de encontro a defesa apresentada pelo vereador Gilberto Alves, alegando que o governo tem simpatia pela proposta”.

A oposição conseguiu adiar a votação e agora exige que o projeto só volte para a pauta junto com o plano de mobilidade e os devidos estudos técnicos.

O grupo reforça a necessidade de planejar antes de pensar em executar. “Acreditamos que a lógica da proposta deveria ser invertida.

Primeiro devemos fazer um estudo do impacto, uma pesquisa de origem e destino para conhecer de forma mais técnica e aprofundada a realidade do trânsito recifense.

Assim teríamos uma chance maior de acertar, sem correr o risco de votar a matéria e, caso seja aprovada, posteriormente precisar revogar a lei, como sugeriu o vereador Jurandir Liberal (PT), autor das emendas ao projeto”, avaliou a vereadora.

Para a líder, o rodízio é uma decisão paliativa e o ideal seria concentrar os investimentos e esforços em um plano de mobilidade viável, que levaria em consideração um conjunto de medidas eficientes como transporte público de qualidade; faixas exclusivas para ônibus; ciclovias; fiscalização severa da legislação de carga e descarga vigente; calçadas; estacionamentos; expansão da malha metroviária; etc. “O governo municipal precisa oferecer uma contrapartida ao cidadão.

Não se pode restringir o uso de veículos particulares sem antes estruturar o transporte público”, afirmou a parlamentar.

A vereadora também destaca que é preciso debater um plano mais amplo de mobilidade urbana. “O secretário João Braga havia se comprometido a enviar um plano de mobilidade para a Câmara Municipal do Recife, mas até agora não recebemos nenhuma proposta do Executivo, apesar das cobranças feitas.

Não existe uma medida isolada que tire a cidade da imobilidade. É preciso um conjunto de ações a curto, médio e longo prazo”, explicou a tucana.

Até o momento a única inciativa do Executivo foi retirar da Câmara o plano de mobilidade do governo anterior. “O rodízio de veículos sequer faz parte do plano de governo socialista, embora o secretário João Braga tenha se posicionado a favor.

Então entendemos que existe uma contradição entre o prefeito e secretário da pasta sobre o tema”, avaliou a parlamentar.

A oposição vê com bons olhos a polêmica. “Acreditamos que esse debate, conforme ganha corpo na cidade, já criou um sentimento de pressão sobre o Executivo para apressar a apresentação do plano de mobilidade.

Precisamos discutir o todo e não ações que, isoladas, não trarão resultados satisfatórios”, finalizou.