Nesta quarta-feira (8) o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deu uma declaração forte para a política, no lançamento de um programa estadual pela transparência nas prefeituras.
Diante do corregedor-geral de São Paulo e do procurador-geral de Justiça do estado, dois principais órgãos paulistas de combate à corrupção, o tucano afirmou que “povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele” (próprio, o povo).
O desabafo, num discurso em que criticava a impunidade no País, constrangeu os aliados do tucano, mas deve reverberar na classe política como um todo. “Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”, disparou.
Ele afirmou que os grandes esquemas de corrupção normalmente são descobertos “por acaso”. “O controle é zero”, disse. “O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada.
E o coitado do honesto é execrado. É desolador”.
Alckmin não poupou ninguém no discurso.
Criticou até as fundações do governo que receberam verba para desenvolver o sistema que estava sendo anunciado no evento. “Não deviam cobrar nada, isso é obrigação”, disparou.
O governador paulista disse ainda que existiria uma “grande combinação” entre os poderes para impedir que dados sejam disponibilizados. “Salários, ninguém põe na internet, porque o sindicato pediu liminar.
Olha, eu gostaria de pôr, mas a Justiça proibiu’”, ironizou.
O Legislativo de São Paulo, de maioria alckmista, se enquadra no ataque - não divulga salários por decisão judicial obtida por servidores.
Alckmin criticou ainda a morosidade do Judiciário. “A corrupção, o paraíso é o Judiciário.
Todo mundo diz: Na hora que for para Justiça vai resolver'.
Vai levar 20 anos”.