Foto: reprodução Na Câmara Municipal do Recife, nesta terça-feira (7), quando foi debatida - mas não votada - a proposta de rodízio de carros (chamada pelo governo municipal de “restrição”) na capital pernambucana, o vereador oposicionista André Régis (PSDB) fez crítica à postura política do prefeito Geraldo Julio (PSB).
O tucano afirma que o prefeito teria passado a responsabilidade da criação da Lei de restrição de Veículos para a Câmara Municipal com o objetivo de ficar protegido do desgaste que a impopular ação terá entre os recifenses.
Ele afirmou também que a gestão municipal não teria produzido qualquer estudo para respaldar a medida. “Estou plenamente convencido de que a solução da mobilidade no Recife só virá com a expansão do metrô.
Não existe nenhuma cidade do porte da nossa capital que não tenha resolvido seu problema de mobilidade senão através do metrô.
Temos que fazer um investimento maciço nesse item”, defendeu, trazendo a público também parte de sua experiência empírica. “Morei na Alemanha e nos EUA e lá nunca tive carro porque em ambos os casos um automóvel é um fardo tributário importante. É caro estacionar, é caro mantê-lo, enquanto no Brasil o governo federal estimula a aquisição de automóveis ao invés de tomar medidas que reformulem e modernizem os sistemas públicos de transporte coletivo”, criticou, mirando também a presidente Dilma Rousseff (PT).
Para ele, o debate na Câmara é tardio e traz a tona a falha do poder público diante do tema. “Hoje pagamos um preço caro pela incapacidade e vivemos no caos.
O Recife esta dividido em zona Norte e zona Sul.
Quem mora na zona Sul e é convidado para ir à zona Norte, recusa o convite por causa da impossibilidade de transitar.
E vejam que entre o terminal de Boa Viagem e a Praça de Casa Forte são apenas 14 km”, lembrou.
Leia também: Recife só vai deixar de ser província quando investir em metrô Superintendente da CBTU-Metrorec diz que ônibus é mais caro do que parece Restrição Para Régis, as restrições que a Prefeitura deseja impor à população sugere “um insulto à inteligência”, porque ninguém decide dirigir em horários de pique porque gosta. “Somos obrigados a fazê-lo porque não temos transporte público minimamente eficientes e que nos assegurem uma mobilidade compatível com as nossas necessidades”. “E tanto é verdade que não há certeza do que o prefeito quer.
Em recente entrevista ele negou a intenção de fazer o rodízio.
Onde estão os estudos que basearam o projeto?
Serão feitas a posteriore?
Por que ir para a medida mais radical?
Existem medidas preparatórias para o rodízio?
Esse conjunto de dúvidas significa o fracasso total das nossas atuais políticas públicas nesse vital segmento da mobilidade”, afirmou.