O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos em Pernambuco irá realizar nesta quinta-feira (02), a partir das 18h, no auditório da OAB-PE, a cerimônia para instalação da Comissão da Memória e da Verdade – Mércia Albuquerque Ferreira.

A criação desta comissão faz parte das resoluções do IV CONTECT-PE (Congresso dos Trabalhadores de Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos em Pernambuco).

Vinculada à Secretaria de Combate às Opressões da entidade, a Comissão tem o objetivo de firmar parceria e subsidiar a Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Estadual da Verdade no aprofundamento de esclarecimentos das graves violações aos direitos humanos ocorridas no âmbito da empresa dos Correios envolvendo trabalhadores da ECT, no período compreendido entre 1946 a 1988.

O nome dado à comissão é uma homenagem à defensora e lutadora pernambucana dos direitos humanos, Mércia Albuquerque.

Atualmente é composta por cinco membros: Mauro Lapa; Maria Alves; Arnaldo Travassos; Luciano Batista e Maria das Graças Bandeira.

Até o momento não foi eleito coordenador ou presidente da Comissão.

Todas as decisões são tomadas em conjunto.

De acordo com Maria das Graças Bandeira, advogada do SINTECT-PE, é preciso esclarecer para a sociedade o que aconteceu com essa categoria durante esse tempo e, ao mesmo tempo, preservar a memória das lutas e conquistas. “A categoria dos trabalhadores dos Correios sempre foi muito combativa, de travar grandes lutas mesmo em épocas de repressão, numa época em que as pessoas não podiam nem formar uma associação recreativa”, afirmou. “Desde que era Departamento de Correios e Telégrafos, esse é o órgão que mais abrigou militares.

Além disso, desde 1975, os Correios é a empresa que mais demitiu por motivos ligados à greve e mobilização sindical, chegando a quase 20 mil demissões”.

Segundo a entidade, SNI agia infiltrado dentro da sede dos Correios – No 6º andar do prédio sede dos Correios, localizado no bairro de Santo Antônio, durante o período do Regime Militar, funcionava o Serviço Nacional de Informações (SNI), que supervisionava e coordenava as atividades de informações. “O grupo agia infiltrado dentro do prédio, com militares disfarçados, usando crachás e fardas da empresa.

Eles censuravam correspondências, em especial de lideranças em oposição ao regime, como Dom Hélder Câmara, Miguel Arraes e Cristina Tavares”.